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Unilever vende parte do negócio de congelados

Por a 29 de Agosto de 2006 as 11:39

Unilever vende parte do negócio de congelados

A Unilever anunciou, em comunicado, a venda da maioria do seu negócio de congelados na Europa ao fundo de capital de risco Permira Funds por 1,725 mil milhões de euros. A venda do negócio de congelados da Unilever – parceira do grupo Jerónimo Martins para a área industrial – inclui as operações na Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Irlanda, Holanda, Reino Unido e Portugal. A decisão de venda desta área de negócio vem na sequência de uma análise profunda efectuada às opções estratégicas para o futuro da actividade no sector dos congelados.

Patrick Cescau, Group Chief Executive, afirmou que «o negócio dos congelados foi, durante décadas, muito bom para a Unilever, com o lançamento de produtos inovadores, marcas ícones e publicidade memorável, oferecendo ao mesmo tempo, grandes dividendos aos seus accionistas. Tendo tomado a decisão de concentrar o nosso portfólio noutras prioridades, estou confiante de que o negócio, sob gestão da Permira Funds, vai prosperar.

Do lado da Permira, Cheryl Potter, revelou estar «muito entusiasmada com a aquisição de marcas e produtos tão importantes e esperamos manter o crescimento dos mesmos nos diversos mercados», adiantando que «o mercado vê pouco negócios desta amplitude no sector alimentar e pouco são aqueles que envolvem marcas desta magnitude».

No comunicado da Unilever pode ler-se que é esperado um lucro de mil milhões de euros, anunciando também que o grupo irá manter o negócio de congelados sob o nome Findus no mercado italiano, que o negócio não inclui a venda em Espanha, uma vez que foi vendido à Bonduelle há dois meses, nem o negócio dos gelados. No comunicado lê-se ainda que a Bertolli/Knorr na América do Norte não foi incluída neste negócio.

De acordo com declarações efectuadas à Lusa, o presidente da Jerónimo Martins (JM), Alexandre Soares dos Santos, refere que «a Iglo deixa de vender congelados, mas as cadeias do grupo têm uma marca própria, pelo que a decisão não tem impacto no negócio». Ainda segundo o presidente da JM, «é cada vez mais difícil uma multinacional produzir o que empresas produzem a preços mais baixos».

De referir que a Unilever é parceira na actividade industrial do grupo Jerónimo Martins, dividindo o capital da Fima, Leverelida e Iglo/Olá. No primeiro caso, a partilha é feita com 49% a pertencer à Unilever e os restantes 51% à JM, na Leverelida a Unilever detém 60% e a JM 40%, enquanto na Iglo/Olá a multinacional possui 74% e o grupo português os restantes 26%.

Segundo os analistas da agência Reuters, a Jerónimo Martins poderá vir a ter um encaixe de 10 a 15 milhões de euros com a alienação dos 26% que detém na Iglo.