Deco aposta em selos próprios para marcas e cadeias
Um consumidor confuso com a quantidade de selos a atestar a qualidade dos produtos que encontra nos lineares levou a Deco Proteste a deixar de proibir a utilização dos resultados dos seus testes técnicos para fins comerciais. Além das marcas, mais recentemente também as cadeias de distribuição podem exibir a certificação da associação*
Há mais de 25 anos que a Deco Proteste testa a qualidade – e respetiva relação com o preço – dos produtos à venda nas lojas portuguesas, mas só em 2016 a associação de defesa do consumidor decidiu disponibilizar os selos “Melhor do Teste” (produto com melhor qualidade) e “Escolha Acertada” (produto com melhor relação qualidade-preço) às marcas, para estas os utilizarem nas suas embalagens, campanhas de comunicação ou outras plataformas de interação com o cliente.
Anualmente, a Deco testa mais de 3100 produtos à venda nos lineares do retalho português, sendo as análises técnicas realizadas em 45 laboratórios, nacionais e internacionais, com um custo de “1,3 milhões de euros” por ano. Os resultados estavam apenas disponíveis para os seus 430 mil associados – que representam 10% dos agregados familiares portugueses -, através do site ou das revistas da entidade. As marcas que conseguiam os melhores resultados estavam proibidas de utilizar a distinção para fins comerciais.
No entanto, depois de perceber que os consumidores se sentiam “confusos” com a quantidade de selos hoje atribuídos aos produtos (a maioria dos quais têm por base testes limitados às marcas que se inscrevem nos mesmos, sem considerar todo o mercado), a Deco decidiu mudar a sua atuação para prestar um melhor apoio aos portugueses no ato de compra, explica em entrevista ao HIPERSUPER Rita Rodrigues, responsável de Relações Institucionais da Deco Proteste.
“Muitas vezes, os consumidores perguntam-nos se as marcas nos entregam os produtos para os testarmos. O que não é verdade. Nós adquirimos os produtos, tal como o consumidor, em loja. Selecionamos primeiro as categorias com maior peso no orçamento familiar ou que o consumidor identifica como importante. Para isso, temos a vantagem de ter contacto direto com o público. Depois, dentro de cada área de consumo, selecionamos os produtos mais vendidos e outros tendo em conta os padrões de consumo dos portugueses”, descreve.
Selo “a cadeia mais barata” é novidade
Desde os colchões aos cremes hidratantes, são já vários os produtos que transportam os selos, cujas licenças de utilização variam entre os 10 mil e os 40 mil euros, consoante a diversidade de suportes em que as marcas os pretendam estampar. As licenças são válidas por seis meses, sendo que uma das primeiras marcas a mostrar o selo “Escolha Acertada” aos consumidores foi a “Cien”, da cadeia Lidl, para o seu creme de rosto.
Mais recentemente, a Deco alargou os selos aos serviços, disponibilizando a certificação de “a cadeia mais barata”, que tem por base a análise do custo de uma cesta de compras pré-definida nas diferentes insígnias de supermercado. Os resultados deste estudo são publicados de quatro em quatro meses, sendo que, nas duas edições decorridas desde que a Deco disponibiliza o selo, nenhuma das cadeias que encabeçaram a lista (Jumbo e Continente, respetivamente) quiseram ostentar o certificado.
Quanto à abordagem feita às marcas para utilização do selo, Rita Rodrigues garante que a Deco não participa desse processo. “Publicamos o resultado dos estudos e, depois, há uma terceira entidade que contacta diretamente as marcas. E uma vez feito o contrato de aquisição, a verificação da devida certificação é garantida pela Bureau Veritas”, ressalva.
A associação considera que os seus selos se diferenciam dos demais presentes no mercado, dada a sua credibilidade enquanto defensora dos interesses do consumidor, assim como pela exigência e independência dos testes face aos interesses das marcas.
A Deco está inserida no grupo internacional International Consumer Research and Testing (IRCT), que reúne 35 organizações de defesa do consumidor.
*Texto originalmente publicado na edição impressa de janeiro do HIPERSUPER
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