Água: Marcas investem em circularidade e inovação
A transformação das embalagens no setor das águas engarrafadas está a obrigar marcas como Pedras, Vitalis, Monchique, Água do Vimeiro e Águas de Carvalhelhos a repensar os seus modelos de embalagem, apostando numa transição efetiva para práticas mais circulares, eficientes e responsáveis.

Ana Rita Almeida
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O Super Bock Group tem vindo a consolidar uma estratégia de sustentabilidade assente na eficiência de recursos, na circularidade das embalagens e na promoção de práticas ambientais responsáveis. No universo das suas marcas de águas minerais naturais lisas e gaseificadas – nomeadamente Pedras e Vitalis – a empresa assume uma posição pioneira no mercado português ao combinar inovação com responsabilidade ambiental.
“Desde sempre disponibilizamos ao mercado embalagens de vidro retornáveis que fazem várias ‘viagens’ embaladas em grades, entre as fábricas e os clientes”, afirma Graça Borges, diretora de Comunicação, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Super Bock Group. Estas embalagens circulares, explica, “permitem assegurar toda a qualidade, redução de uso de materiais, mas aportam menor conveniência, sobretudo, para o retalhista e consumidor”.

Graça Borges, diretora de Comunicação, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Super Bock Group
Para as embalagens de uso único, o grupo tem implementado um Programa de Melhoria Contínua focado na reciclabilidade e no cuidado com os materiais utilizados. “Desenvolvemos vários projetos de inovação & desenvolvimento assentes no ecodesign e recurso a biomimicry (soluções inspiradas na natureza), com o objetivo, precisamente, de reduzir o uso de matérias-primas virgens, bem como integrar mais materiais reciclados”, refere Graça Borges.
Estes projetos têm permitido resultados expressivos. “Ao longo de 16 anos evitámos já a utilização de cerca de 7.800 toneladas de plástico PET virgem, tendo como referência o peso das garrafas produzidas em 2008. Uma quantidade que permitiria produzir mais de 690 milhões de garrafas Vitalis 50cl, com o peso atual”, destaca a responsável. No que toca ao vidro, a empresa evitou, nos últimos 15 anos, a produção de pelo menos 97 mil toneladas e o uso de 53 mil toneladas de matéria-prima virgem, contribuindo para a redução de 90 mil toneladas de CO2 equivalente, das quais mais de 11 mil estão diretamente relacionadas com a diminuição da matéria-prima utilizada. “Evitaram-se ainda a circulação de mais 2.200 camiões de matéria-prima”, acrescenta.
A reciclabilidade dos materiais é uma preocupação central na estratégia do grupo. “Quando não é possível a utilização de embalagens reutilizáveis, é importante assegurar a utilização de menores quantidades de materiais de embalagem, bem como a sua reciclabilidade”, afirma Graça Borges. E sublinha: “Quanto mais materiais de embalagem são devolvidos aos ecopontos certos, menos matérias-primas virgens são extraídas e, como tal, menos emissões de CO2 geradas”.
Neste contexto, o Super Bock Group defende publicamente a implementação de um sistema de depósito de embalagens em Portugal. “Somos uma das 10 empresas que desde 2019 tem vindo a trabalhar para que este sistema seja introduzido no nosso país, permitindo o atingimento de taxas de 90% de reciclagem das embalagens envolvidas, a exemplo do que já acontece em 17 países na Europa”, salienta a responsável.
Relativamente à incorporação de materiais reciclados, Graça Borges explica que esta prática está já enraizada em diversas frentes: “A incorporação de materiais reciclados acontece há bastante tempo nas garrafas de vidro, tal como nas grades, que são produzidas a partir de outras em mau estado ou quebradas”. No que diz respeito às embalagens PET, a empresa tem apostado na utilização de R-Pet. “O Super Bock Group está comprometido com uma incorporação superior à percentagem regulamentada de 25% para 2025, o que nos permitirá, em 2030, conseguir cumprir com as metas europeias de incorporação de RPet”, afirma.
A reutilização continua a ser uma das prioridades, nomeadamente no canal Horeca, onde o grupo mantém “uma forte presença de embalagens retornáveis”. No total, refere Graça Borges, “o Super Bock Group, no total das suas marcas (de cervejas a águas minerais), tem um peso de quase 40% das suas vendas em embalagens retornáveis”.
Apesar da clara aposta, a empresa reconhece os desafios associados. “As barreiras à distribuição mais alargada destas embalagens existem quer pelas questões logísticas, quer pela procura da conveniência”, explica. “Clientes e consumidores precisam ainda de compreender os benefícios da utilização de embalagens retornáveis, desde a operacionalidade – favorece as tarefas no interior do estabelecimento, evitando as idas ao ecoponto – ao impacto ambiental positivo que aportam a curto e a longo prazo”, acrescenta.
Quanto ao impacto da legislação sobre plásticos de uso único, a diretora do grupo afirma que “aporta um enquadramento ao sector de bebidas o que permite uniformizar práticas em Portugal e na Europa”. Graça Borges sublinha que a empresa “sempre adotou uma estratégia de inovação e de desenvolvimento para as suas embalagens”, com investimentos tecnológicos que visam “reduzir a quantidade de plástico nas garrafas de água, utilizando uma percentagem crescente de plástico reciclado”.
A comunicação junto dos consumidores é também uma prioridade. “A sustentabilidade é um fator que determina em cada vez maior medida as escolhas dos consumidores”, reconhece. “Investimos em comunicação através das próprias embalagens, aplicando iconografia que pretende auxiliar o consumidor no final de uso das mesmas a devolver as embalagens nos locais adequados”, exemplifica. Além disso, o grupo aposta em campanhas de sensibilização nas redes sociais e canais institucionais, em parceria com entidades externas. “É também por isso que somos membros do Pacto Português para os Plásticos e da Plataforma Vidro+, enquadrado na Associação SmartWaste Portugal”, conclui.
“A transição ecológica não pode ficar apenas nas mãos do consumidor”
A Água Monchique reforça a sua posição na vanguarda da inovação sustentável com o lançamento da Monchique Can, uma nova solução de embalagem em alumínio, concebida para responder aos desafios ambientais e às exigências dos consumidores modernos. Vítor Hugo Gonçalves, CEO da empresa, explica que a escolha do alumínio foi uma decisão estratégica que combina “sustentabilidade, funcionalidade e durabilidade numa embalagem”.
“O alumínio é um material 100% reciclável, infinitamente reutilizável e livre de BPA (Bisfenol A), à semelhança de todas as demais embalagens da Água Monchique”, afirma o responsável. Entre as vantagens adicionais, o CEO destaca ainda o facto de ser um material leve, facilitando o transporte, e com elevada capacidade térmica, mantendo a água fresca por mais tempo. “Com este lançamento, o nosso objetivo foi não só inovar, mas, também, fortalecer o nosso compromisso com a sustentabilidade e promover uma mudança de hábitos de consumo”, sublinha.
A Monchique Can integra-se numa estratégia mais ampla e de longo prazo da marca, alinhada com outras soluções sustentáveis como o EcoPack Monchique ou a Monchique Sport 100% ECO. “Estamos constantemente a inovar para oferecer soluções mais amigas do ambiente”, garante Vítor Hugo Gonçalves, sublinhando que estas opções foram pensadas para funcionarem de forma complementar. “O EcoPack é uma embalagem bag-in-box e, a partir dela, é possível e recomendável fazer o refill das garrafas de Monchique Can”, afirma. O objetivo, segundo o CEO, “é criar uma rede de soluções sustentáveis que, em conjunto e em complementaridade, cumpram a missão de incentivar mais práticas ecológicas no público”.
Além da preocupação com a sustentabilidade, a Monchique Can foi pensada para aliar design e funcionalidade. “Do nosso ponto de vista, um produto sustentável não tem de descurar a estética e deixar de ser visualmente atraente”, refere o responsável da Água Monchique. “O design foi pensado para transmitir modernidade e sofisticação, que são valores que já fazem parte da identidade da marca Água Monchique”, acrescenta, sublinhando que o objetivo era criar uma garrafa que “os consumidores se orgulhassem de usar”.
Sobre a recetividade esperada no mercado, Vítor Hugo Gonçalves mostra-se otimista: “Esperamos uma resposta positiva, tendo em conta que, nos últimos anos, temos observado uma evolução na forma como os portugueses olham para as questões ambientais”. Reconhece, no entanto, que a mudança de hábitos é um processo gradual e o preço continua a ser um desafio. Ainda assim, acredita que a nova embalagem fará sucesso, “especialmente entre os consumidores mais conscientes e mais trendy”.
Quanto ao papel das marcas na transição para modelos de consumo mais sustentáveis, o CEO da Água Monchique considera que estas devem ter uma atuação ativa. “Temos a responsabilidade de adotar práticas que minimizem o impacto ambiental e, simultaneamente, sensibilizem os consumidores para a importância de fazer escolhas mais conscientes”, afirma. E aponta caminhos: “Isto traduz-se em, por exemplo, investir continuamente na procura de novos materiais ou processos de produção eficientes e menos nocivos para o meio ambiente”.
Vítor Hugo Gonçalves defende ainda a necessidade de políticas públicas que acompanhem os esforços da indústria. “Refiro-me a políticas que incentivem e apoiem empresas que adotem práticas mais amigas do ambiente”, explica, citando como exemplos os incentivos à utilização de embalagens ecológicas, à reciclagem, à economia circular e à investigação em tecnologias verdes. “A transição ecológica não pode ficar apenas nas mãos do consumidor. É preciso um compromisso coletivo entre todos os intervenientes: instituições, marcas e consumidores”, conclui.
Eficiência dos materiais e literacia do consumidor como pilares da sustentabilidade
Com uma estratégia marcada pela inovação e pela resposta às exigências do consumidor consciente, a Água do Vimeiro tem vindo a implementar diversas medidas para reduzir o impacto ambiental das suas embalagens. A sustentabilidade assume-se como uma prioridade para a marca, nomeadamente no que toca à escolha de materiais, reciclabilidade e novas soluções de embalagem. “A sustentabilidade é um tema crucial na agenda do sector das águas, especialmente devido à natureza da sua embalagem (maioritariamente em plástico) e à crescente preocupação e consciencialização dos consumidores sobre o impacto ambiental das embalagens plásticas”, afirma Diogo Abreu, CEO da Água do Vimeiro.
Entre os exemplos mais concretos está a substituição do PET verde por PET incolor nas garrafas de água com gás, em outubro de 2020. Segundo Diogo Abreu, esta medida “promove uma reciclagem mais eficiente e com menor risco de contaminação por pigmentos”, contribuindo diretamente para uma maior circularidade. “Com esta medida implementada, a marca correspondeu ao primeiro objetivo das Golden Design Rules for Plastic Packaging, alinhando-se com as melhores práticas internacionais para a reciclabilidade das embalagens”, sublinha.
A mais recente inovação é a introdução do Vimeiro Ecopack 10L, uma embalagem bag-in-box 100% reciclável que permite uma redução entre 70% e 86% de plástico face ao consumo equivalente em garrafas. “Com esses 250g de plástico conseguimos produzir praticamente cinco Ecopacks de 10L, ou seja, 50L – cinco vezes mais do que o possível via garrafas de plástico”, explica o responsável. Esta solução responde à procura por formatos maiores e familiares, com menor pegada ecológica, e demonstra, segundo Diogo Abreu, “uma solução mais eficiente em termos de uso de material e logística”.
A incorporação de materiais reciclados é já uma realidade na empresa. Atualmente, as garrafas da marca integram em média cerca de 30% de rPET. “Aumentar esta percentagem é um objetivo claro, mas está condicionado à disponibilidade deste material no mercado, bem como à sua viabilidade económica, tendo em conta os custos de aquisição e comercialização associados”, reconhece Diogo Abreu.
Apesar de não ter projetos em curso no domínio das embalagens reutilizáveis ou soluções sem rótulo, o CEO admite acompanhar de perto a evolução destas alternativas. “Reconhecemos os benefícios ambientais destes modelos e mantemo-nos atentos à sua evolução no mercado, bem como à evolução das tecnologias e infraestruturas necessárias para a sua implementação na realidade atual da marca Água do Vimeiro”, afirma.
A legislação europeia sobre plásticos de uso único também está a influenciar as decisões da empresa. “A principal implicação prática foi a adoção de tampas fixas às embalagens, em conformidade com os requisitos legais aplicáveis”, refere, apontando para a entrada em vigor da medida em julho de 2024, transversal a todos os engarrafadores de embalagens em PET.
No que toca à comunicação, a marca aposta em múltiplos canais e numa abordagem educativa. “A comunicação do compromisso da marca Água do Vimeiro com a sustentabilidade tem sido feita, de forma visível, em campanhas digitais, em eventos e até mesmo nas próprias embalagens”, explica Diogo Abreu. O Ecopack 10L, por exemplo, inclui informação específica sobre a redução de plástico face às alternativas convencionais. Ainda assim, a marca acredita numa abordagem mais profunda. “Na Água do Vimeiro apostamos maioritariamente em estratégias de marketing que, de certa forma, ‘eduquem’ e fidelizem os consumidores”, afirma.
A valorização do produto e da informação é central para a empresa. “Acreditamos que a inovação no âmbito da comunicação passa pelo investimento na promoção da literacia dos consumidores para com o produto ‘Água’, promovendo o que realmente importa neste recurso tão valioso para a vida humana”, defende o CEO. E conclui: “Entendemos que as abordagens feitas pela marca Água do Vimeiro não só atendem à crescente procura pela sustentabilidade, como também criam valor agregado para os consumidores e diferenciação competitiva”.
Circularidade e inovação para reduzir impacto ambiental
Com raízes na Serra do Barroso – região classificada como Património Agrícola Mundial – a Águas de Carvalhelhos assume a sustentabilidade como eixo central da sua atividade, refletindo esse compromisso na proteção dos ecossistemas locais e no design das suas embalagens. “Asseguramos a preservação dos ecossistemas locais, garantindo que as fontes de água se mantenham intactas para as gerações futuras”, afirma Daniel Soares, administrador da empresa. “O nosso compromisso com a sustentabilidade ambiental reflete-se, de forma tangível, na pureza da água que fornecemos, assim como na escolha de embalagens que priorizam a minimização do impacto ambiental.”.
A empresa, que se destacou por introduzir as garrafas PET no mercado nacional, aposta em inovações contínuas como o uso de tampas translúcidas em HDPE, sem pigmentos, e a alteração da tonalidade das embalagens, reduzindo o azul e verde característicos. “Este design, simples e eficiente, não só aperfeiçoa a estética das garrafas, como também contribui de forma significativa para a sustentabilidade”, destaca Daniel Soares. “Ao eliminar os pigmentos, garantimos uma reciclagem mais eficaz da tampa, promovendo a economia circular e reduzindo o impacto ambiental.”.
A empresa introduziu também o formato 26/22 no gargalo das garrafas PET, pensado para otimizar a experiência do consumidor e a eficiência dos recursos. “Esta inovação reflete o compromisso de Carvalhelhos com a melhoria contínua dos nossos produtos, com a eficiência na utilização de recursos e com a sustentabilidade”, afirma o administrador.
No plano energético, a empresa opera com 1.125 painéis solares e dispõe de uma frota de veículos ligeiros totalmente eletrificada. “Cada painel solar instalado é uma contribuição direta para um futuro mais sustentável”, afirma Daniel Soares. A transição energética resultou numa redução de 259 toneladas anuais de CO2, consolidando o compromisso da empresa com práticas empresariais responsáveis.
A nível de materiais, todas as garrafas da marca já incorporam 30% de rPET, percentagem que supera a meta europeia prevista para 2030. “Antecipámos em seis anos a meta definida pela União Europeia”, sublinha o administrador. Estão previstos testes com 100% de material reciclado, possibilitados pela substituição de equipamentos de fabrico por sistemas que operam com preformas. “A produção de plástico reciclado utiliza, em média, cerca de 60% menos energia do que a produção de PET virgem”, acrescenta, salientando os ganhos ambientais da aposta no rPET.
A empresa está também a revitalizar o seu sistema de embalagens retornáveis e a testar soluções sem rótulo, que minimizam o uso de materiais. “Acreditamos que este sistema de vasilhame retornável é uma solução eficaz para promover a circularidade e reduzir a nossa pegada ecológica”, refere Daniel Soares. A eliminação de rótulos e a impressão direta nas garrafas PET são também áreas em desenvolvimento, a par de parcerias estratégicas para recolha e reutilização, particularmente no canal Horeca.
Contudo, Daniel Soares reconhece os desafios: “A implementação de sistemas de embalagens retornáveis exige uma infraestrutura de recolha eficiente, o que representa um desafio complexo e requer investimentos significativos.” As dificuldades logísticas, a necessidade de campanhas educativas e os custos de implementação são obstáculos, especialmente em mercados de exportação com regulamentações diversas. “Apesar dos desafios, estamos profundamente comprometidos com a implementação destas iniciativas e com a promoção de práticas mais sustentáveis e circulares.”
A legislação europeia tem impulsionado estas mudanças. “A Diretiva da União Europeia relativa às Embalagens e Resíduos de Embalagens motivou-nos a antecipar a introdução do rPET no nosso processo produtivo”, afirma. A marca reforça que “a sustentabilidade é um ativo estratégico fundamental” e considera essencial alinhar-se com os objetivos de longo prazo da economia circular.
Na comunicação, a empresa aposta num discurso direto e visível: através do site, redes sociais, embalagens e contacto direto com clientes. “Reconhecemos a crescente importância deste tema para os consumidores e, por isso, ao adotarmos estas medidas, não só respondemos à sua exigência por práticas mais responsáveis, mas também incentivamos escolhas de consumo mais conscientes”, explica o administrador.
A ligação emocional com os consumidores é, para a empresa, um valor acrescentado. “Quando o cliente vê a nossa marca como uma extensão dos seus próprios valores, não está apenas a adquirir um produto, mas a fazer parte de algo maior — um movimento que visa um futuro mais sustentável, consciente e saudável”, conclui Daniel Soares.