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Margens de vendas no retalho poderão sofrer impacto de 1,4 biliões de dólares este Natal

Por a 12 de Julho de 2022 as 15:54

O aumento do preço dos combustíveis, bem como a inflação e incremento das taxas de juro poderá ter um impacto negativo no poder de compra e nas estratégias de venda no setor do retalho no Natal de 2022, avança a Salesforce numa análise recente.

Segundo a empresa tecnológica especializada em Customer Relationship Management (CRM), os desafios económicos colocam 1,4 biliões de dólares (do inglês trillion) de dólares de margens em risco para as empresas de retalho em todo o mundo;

Perante o atual cenário, o preço médio de venda (Average Sale Price – ASP) aumentou 11% nos Estados Unidos da América (EUA) e os consumidores fizeram menos 12% de pedidos online em todo o mundo, em comparação com o mesmo período de 2021. Uma análise dos dados do segundo trimestre indica ainda que esta tendência está a acelerar, com os meses de abril e maio a mostrarem um aumento de 7% no preço médio de venda, para além de um aumento de 17% durante o mesmo período do ano passado.

Assim, a Salesforce admite que “esta realidade vai ter um impacto nas compras do período de Natal desde ano embora, apesar das pressões económicas, o setor do retalho esteja a assistir a um crescimento contínuo”. Na verdade, avança a empresa tecnológica, “a inflação recorde tem sido historicamente um vento a favor na catapulta de receitas”. Contudo, estes tempos de pressão inflacionária são “únicos”, uma vez que o custo das mercadorias está a subir mais rapidamente do que o que pode ser razoavelmente ultrapassado pelos consumidores.

Assim, a Salesforce aponta os principais fatores que pressionam atualmente as margens das empresas de retalho:

  • Aumento dos custos dos produtos: O Índice de Preços do Produtor (ou custo dos produtos) ainda está a apresentar picos de dois dígitos relativamente ao último ano, o que significa que a inflação continuar a subir.
  • Aumento dos custos first e last mile: Espera-se que os preços dos combustíveis continuem a subir, tornando os envios e as devoluções do e-commerce mais caras. Alguns operadores do retalho já estão a cobrar por devoluções on-line.
  • Escassez e excesso de stock: A escassez de alimentos e matérias-primas deverá piorar, adicionando ainda mais incerteza à ténue cadeia de abastecimento global. Por outro lado, o excesso de stock devido à compra elevada em 2021 deixou as empresas com um elevado número de produtos disponíveis até ao final do ano.
  • Consumo em declínio: Os preços mais elevados estão a reduzir o consumo e, de acordo com a pesquisa da Salesforce, 51% dos consumidores planeia comprar menos presentes de Natal este ano.
  • Receios do consumidor: Os consumidores já se sentem pessimistas sobre a economia, o que significa que podem reduzir ainda mais os gastos discricionários, pois antecipam condições económicas desafiadoras mais à frente.

Dado este cenário, a Salesforce apresenta as cinco principais previsões para esta próxima quadra natalícia a serem consideradas no desenvolvimento de uma estratégia de negócio para esse período:

Previsão 1: os consumidores vão comprar ainda mais cedo para evitarem futuros aumentos de preços
Já em 2020, os consumidores começaram a antecipar as compras de Natal, desde o início de novembro até à Black Friday, devido aos problemas de stock e de abastecimento. Este ano, o principal fator motivador para as compras antecipadas será a inflação. De acordo com a pesquisa da Salesforce, 42% dos consumidores a nível mundial planeiam começar a comprar presentes de Natal mais cedo, devido à inflação.

Este ano, para removerem o excesso de stock, as empresas de retalho deverão lançar um período de elevadas promoções a partir do final do verão, com os Prime Days da Amazon, nos dias 12 e 13 de julho, a poderem ser o início oficial do calendário promocional deste ano.

Previsão 2: A fidelização muda para o valor
Em 2020 e 2021, a fidelização do cliente foi uma grande mudança para conveniência e segurança, pois os consumidores exigiam uma experiência sem fricção. Agora, à medida que a inflação aumenta, a fidelização do consumidor está a mudar, desta vez para a experiência e o valor.

De acordo com a pesquisa da Salesforce, metade de todos os compradores vão mudar de marca neste período de compras devido aos preços. Tal significa que 2,5 mil milhões de consumidores em todo o mundo podem trocar a sua marca por um concorrente que apresente preços mais reduzidos. Algumas categorias de produtos – marcas de luxo, mercearias e department stores são mais suscetíveis ao declínio da fidelização devido à sensibilidade ao preço.

Previsão 3: Lojas físicas vão ser um motor de crescimento multicanal
No ano passado as empresas tiveram um enorme impacto digital nas vendas, com as equipas das lojas a passarem a desempenhar funções de maior influência na compra, com cerca de 60% das compras online a serem influenciadas por experiências em loja. Agora que as lojas físicas já se encontram totalmente operacionais, os consumidores vão favorecer a loja física para a experiência e a loja online para a compra.

Previsão 4: Consumidores vão favorecer opções sustentáveis
O custo do negócio não está apenas a tornar-se mais caro, mas também mais complicado. Nos últimos dois anos, houve novas características cuja importância aumentou para os consumidores – confiança e impacto. São 88% os consumidores que agora esperam que marcas de retalho declarem os seus valores de forma clara e, surpreendentemente, 64% vão deixar de fazer negócio com uma empresa se os valores corporativos não se alinharem com os seus.

Esta realidade torna-se mais evidente quando se fala do ambiente e, de acordo com uma investigação da Salesforce, 83% dos consumidores vão procurar marcas e produtos sustentáveis no futuro próximo.

Previsão 5: Empresas de retalho vão testar NFTs
Este ano, o foco está no metaverso, com 46% dos consumidores a considerar comprar non-fungible tokens (NFTs), um bem digital que representa algo único ou raro e guardado em blockchain. Podemos falar de uma versão virtual de um item real ou um bem digital. Os consumidores mais jovens estão particularmente atentos a “digital twins”, com a geração Z a ser quatro vezes mais propensa do que a geração X a comprar um destes bens.

Perante esta realidade, a Salesforce prevê que sejam comprados cerca de 500 mil NFTs entre novembro e dezembro deste ano, com um valor total de mercado a ronda os 54 milhões de dólares.

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