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Portugueses predispostos a consumir carne cultivada em laboratório

Por a 23 de Março de 2022 as 14:22

CarneEstudo do “The Green Revolution Portugal” revela, por um lado, uma queda acentuada do consumo de carne vermelha e, por outro, uma maior abertura ao movimento vegetariano

Em apenas um ano, mais precisamente entre 2019 e 2020, o consumo humano de carne vermelha per capita registou uma queda acentuada de 3,6kg em Portugal. Este foi um dos resultados a que chegou o estudo promovido pelo “The Green Revolution Portugal”, que avaliou o movimento vegetariano no nosso país.

Os números mostram um declínio no consumo da dita carne “normal” ou vermelha e, em oposição, a um crescimento das chamadas novas dietas alimentares. O estudo diz mesmo que 56% dos portugueses estão dispostos ou talvez comprem carne cultivada e apenas 15% estariam, à partida, contra. Números que o The Green Revolution Portugal considera elevados, tanto mais que se trata de “produto que ainda não se encontra disponível e que é tão particular, o que sugere que venha a ser uma verdadeira revolução na indústria”.

A maior ou menor adesão a este novo tipo de carne depende da dieta atual. Nos veggies (vegans, vegetarianos e flexitarianos) a percentagem sobe até aos 62% (no caso dos jovens o valor ligeiramente mais elevado – 65%).

Singapura foi o primeiro país do mundo a permitir a venda de carne de laboratório. A abertura ao mercado deu-se no final de 2020. No entanto, e apesar do interesse demonstrado pela população, David Lacasa, partner da Lantern – a consultora responsável pela realização do estudo – afirma que ainda demorará algum tempo até que se encontre nas prateleiras do supermercado, uma vez que depende da autorização dos reguladores regionais. “Os retalhistas sabem que existirá uma mudança de dieta significativa, só ainda não sabem como e quando”, refere.

Mas como é que se cria carne em laboratório? Esta é produzida através de células mãe, sendo necessário um líquido específico para o seu cultivo que se revela uma matéria com custo mais elevado. No entanto o “The Green Revolution Portugal” refere que, com o progresso na tecnologia e o surgimento de novas alternativas, já é possível alcançar preços similares ao da carne tradicional.

O estudo aponta o custo do primeiro hambúrguer feito com carne de laboratório quando foi apresentado no final de 2013 – 300 mil euros. Hoje, e de acordo com a Lantern, esse valor já baixou para números próximos dos nove euros.

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