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Garrafeira Nacional abre no Porto e lança serviço premium para canal Horeca

Por a 27 de Fevereiro de 2020 as 14:43

A Garrafeira Nacional vai abrir este ano uma loja no Porto, a primeira da empresa fora de Lisboa. Em paralelo, a empresa está a desenvolver um serviço premium dirigido aos clientes do canal Horeca.

“Vai ser algo arrojado, por ser no Porto. Em 90 anos vamos mudar e montar toda uma operação numa cidade que não é a nossa zona de conforto”, avançou Nelson Guerreiro, sommelier da Garrafeira Nacional, em entrevista ao Hipersuper, a propósito da abertura no Porto.

O responsável adianta que o novo espaço não pretende ser mais uma garrafeira na Invicta. “Queremos ser a loja. Não queremos ser um outsider, não queremos ser uns intrusos. Temos uma oferta diferente para o Porto, apesar de ter o mesmo conceito da Garrafeira Nacional”, revela.

Sem querer adiantar grandes detalhes acerca do novo espaço, Nelson Guerreiro afirma que a Garrafeira Nacional vai contar com “ações diferenciadas, eventos e provas temáticas”. Em relação a este último aspeto, a diferença vai residir “nos produtos que vão estar à prova”. “Há vinhos míticos e, por alguma razão, são uma lenda a nível mundial. São aqueles vinhos que, devido ao preço, provavelmente muitas pessoas não os podem adquirir. Numa prova, as pessoas não vão pagar 500 ou 600, mas 100 ou 150 euros. Em vez de um, o cliente vai ter acesso a três ou quatro vinhos lenda. Estamos a falar de vinhos que custam 800, 1.500 ou 2.000 euros”, diz Nelson Guerreiro.

Serviço premium para o canal Horeca

A Garrafeira Nacional está ainda a montar um serviço de consultoria aos clientes do canal Horeca, como restaurantes, hotéis e bares. O serviço nasceu para dar uma resposta diferente às necessidades dos atuais dos clientes da empresa. “Quando ficámos com a distribuição de marcas italianas, começámos a perceber que o mercado tinha alguma necessidade de se adaptar à distribuição moderna”, afirma Nelson Guerreiro.

O responsável acredita que as necessidades atuais da restauração não são compatíveis com os processos da antiga distribuição, sendo necessário dar um acompanhamento mais próximo aos clientes. “Identificámos algumas necessidades dos clientes e tentámos colmatar desta forma, dando consultoria, dando um apoio muito mais localizado ao cliente”, refere. “Temos um universo de vinhos de garrafas, de espíritos, um stock adquirido ao longo dos anos que nos dá uma mais-valia em termos de serviço ao cliente. E este não via a Garrafeira Nacional como um distribuidor, via-a como uma loja para o consumidor final”, prossegue.

Com toda a estrutura montada, devido ao volume de entregas para todo o mundo a partir do seu site, a empresa decidiu canalizar os seus recursos para os clientes do canal Horeca. “Começámos a desenhar um projeto. Inicialmente só com os vinhos italianos e com algum stock que temos em nossa casa de todas as marcas. Surgiu, entretanto, a oportunidade de angariarmos novos parceiros e estamos a trabalhar em exclusivo com alguns produtores portugueses”, explica.

Além de ser o distribuidor exclusivo de vinhos italianos como o Sassicaia, a Garrafeira Nacional firmou acordos de exclusividade com a Casa dos Canhotos, da região dos Vinhos Verdes, com a Quinta da Vacaria, do Douro, com a Quinta dos Monteirinhos, do Dão, com Anselmo Mendes, da Região de Lisboa, e o novo projeto de Joana Pinhão, da mesma região.

O projeto da Garrafeira Nacional passa por trabalhar com dois produtores de cada região. “Não queremos ser uma empresa gigantesca ao nível de produtos exclusivos. Gostaria de trabalhar com alguns parceiros e estamos a trabalhar nesse sentido. Estamos, no fundo, a conseguir ter uma área mais abrangente de todo o território nacional”, revela o sommelier da Garrafeira Nacional. Nelson Guerreiro explica o racional desta estratégia: “se tivermos 200 produtores a trabalhar connosco é muito difícil conseguir fazer a sua promoção e seremos questionados sobre a razão de estarmos a promover um produtor e não outro”.  “Queremos dar passo a passo. Fazer as coisas bem feitas e, acima de tudo, tentar garantir aos nossos clientes que podem estar descansados, que têm sempre um parceiro em quem confiar”, complementa

Assumindo uma visão muito pragmática do negócio, a empresa depara-se com uma realidade em que os restaurantes não estão mais preparados para ter um armazém. “Gostaria de poder vender todos ou podia vender todos os produtos que temos. Já não se faz um armazém. Fazer um stock interno de um restaurante com 50 lugares, se tiver uma carta de vinhos acessível, estamos a falar de milhares de euros empatados”, sustenta.

Nelson Guerreiro, que já trabalhou como sommelier no restaurante Alma de Henrique Sá Pessoa, realça que “muitas vezes não há pessoal, staff suficiente para conseguir vender o produto ao cliente final, neste caso no restaurante”. “Os vinhos ficam perdidos e é dinheiro que fica empatado”, afirma. Daí defender a necessidade de uma oferta de serviço de aconselhamento que se adapte ao conceito de cada restaurante. “Tenho de perceber qual o conceito, quem são as pessoas que trabalham no restaurante e qual o objetivo do proprietário. Depois tenho de oferecer soluções adequadas a cada um, em termos de serviço, de preço e de formação”, explica.

Em matéria de formação na área da restauração e hotelaria, o serviço da Garrafeira Nacional pretende que se “consiga que o staff esteja apto a recomendar e a fazer a rotatividade de produto”, esclarece Nelson Guerreiro.

Não revelando o número de clientes da Garrafeira Nacional no canal Horeca, o sommelier afirma ter uma “base de dados considerável”. “O que estamos a propor neste momento é um acompanhamento muito mais próximo a esses clientes e também trazer outros clientes para o nosso universo. Temos uma base de dados gigantesca”, afirma. E as estimativas de crescimento no volume de negócios no canal Horeca atingem os dois dígitos. “Em termos de volume de vendas, penso que dentro de um ano teremos um crescimento à volta dos 10% a 15% só no canal Horeca”, perspetiva.

A Garrafeira Nacional tem em Lisboa uma equipa de distribuição com oito carros para fazer entregas assim que o cliente necessitar. “Não fazemos um dia específico. Se o cliente quiser uma entrega três vezes por semana, entregamos. Somos flexíveis ao ponto de o cliente ir gastando à medida do que vai tendo à venda para os seus clientes. No fundo, isso é que é o serviço”, defende.

Tendo clientes espalhados por todo o País no canal Horeca, Nelson Guerreiro assegura que a Garrafeira Nacional consegue “fazer com que as encomendas cheguem a horas”.  Supondo que a empresa tem 50 mil clientes no canal Horeca, o sommelier da empresa diz ser impossível visitá-los a todos. Para dar resposta a esta necessidade, a Garrafeira Nacional está a aumentar a sua equipa. “Estamos a tratar deste novo serviço onde vamos ter pessoas que vão acompanhar os clientes, caso estejam interessados em fazê-lo. Queremos, no fundo, resolver as necessidades que têm. Em termos de atendimento, queremos acompanhar o cliente o melhor possível e encontrar as melhores alternativas possíveis”, diz. “Os profissionais do ramo de restauração têm de se preocupar com o seu cliente. E eu tenho de me preocupar a encontrar as alternativas para eles percam o menos tempo possível com tabelas e a fazer contas. Esse trabalho terá de ser nosso. E é isso que fazemos”, conclui.

 

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