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Especial. Chás inovam com adição de vitaminas

Por a 26 de Março de 2018 as 12:08

Antes encarado como um “remédio ocasional”, o chá passou a fazer parte de um ritual diário ligado a um estilo de vida saudável. Há cada vez mais portugueses fãs da bebida milenar que renasce nas prateleiras com novas linhas enriquecidas com vitaminas 

Seja um chá preto ao pequeno-almoço para ajudar a despertar, um chá verde a meio da manhã para recarregar energias ou uma infusão com propriedades relaxantes antes de dormir, beber chá está na moda entre os portugueses. Os consumidores gastaram no último ano cerca de 25 milhões de euros entre chás e infusões nos espaços de retalho, uma subida de 3,5% face ao período anterior, cifra que representa um crescimento acima da média do total de bens de grande consumo, segundo dados da consultora Nielsen.

Não só há mais portugueses a beber chá, como compram mais vezes a bebida e em maiores quantidades. “Tradicionalmente um País de café, onde até há bem pouco tempo o consumo de chá estava limitado ao período entre as 17h e as 17h30, sempre acompanhado de bolos e bolachas”, Portugal vê cada vez mais consumidores a introduzirem o chá na sua rotina diária, nota em entrevista ao HIPERSUPER, Gonçalo Marques, Brand manager de Leaf Tea da Unilever, que distribui em Portugal a marca Lipton. “Todos os anos vemos mais e mais pessoas a provar o produto e a ficarem consumidores regulares, não só pelo sabor como pelos benefícios associados”.

De “remédio ocasional” o chá passou a fazer parte de uma rotina diária associada ao bem-estar. É precisamente a naturalidade associada aos ingredientes desta bebida milenar uma das características mais valorizadas pelos consumidores, cada vez mais exigentes quanto à origem e à qualidade dos produtos que ingerem e que encontram nesta bebida uma alternativa saudável à ingestão de café. “Um dos grandes desafios para a Lipton, como líder da categoria de chá, é continuar a motivar esta mudança de hábitos. Isto é particularmente verdade quando falamos do consumo fora do lar”, sublinha Gonçalo Marques.

Há mais uma característica deste produto (associada ao estilo de vida moderno) – a conveniência da sua preparação – que contribui para o crescimento das vendas desta bebida consumida especialmente nos dias frios. Atenta a estes consumidores “modernos”, que na sua rotina diária muitas vezes não tem tempo para levar a cabo o processo de preparação – aguardar que a água ferva, colocar a saqueta e aguardar a infusão -, a marca da Unilever lançou uma linha de cápsulas de chá e infusão para os sistemas da Nespresso e da Nescafé Dolce Gusto. “Com este formato, lançado exclusivamente para a Nespresso em 2015, os consumidores podem preparar um chá em 30 segundos e à distância de um botão”. Desde o final do ano passado, estão também disponíveis para as máquinas Dolce Gusto. “A marca vai apostar forte na comunicação desta inovação durante os próximos meses”.

Também a Torrié, marca distribuída pela JMV (José Maria Vieira), tem apostado no lançamento de chás e infusões em formato de cápsula compatível com a Nespresso e com a Dolce Gusto, ambas marcas da multinacional Nestlé, no canal retalho. “O consumo dentro do lar tem revelado bons resultados, fruto do maior investimento das famílias em bens de grande consumo. O mercado de chás e infusões têm-se mostrado motivador. O crescimento destas categorias de produto reflete essa dinâmica do mercado”, contou ao HIPERSUPER Miguel Centeno, head of Marketing da JMV.

Infusões valem 65% da categoria

As vendas de chá e infusões somaram no conjunto 24,8 milhões de euros até outubro de 2017, um crescimento de 3,7% face aos 12 meses anteriores, de acordo com a consultora Nielsen. Só as infusões movimentaram 15,8 milhões de euros em super, hipermercados e espaços tradicionais de retalho, mais 10% em relação ao período homólogo. As vendas em quantidade, por sua vez, subiram 7% para 323,3 milhares de quilos. “O crescimento global é todo devido às infusões que compensam a quebra registada pelos chás”, comenta Tiago Aranha, Client Development manager da Nielsen. A faturação dos chás derrapou 5% para nove milhões de euros. “São as marcas de fabricante, através do reforço do investimento em campanhas promocionais, o “motor de crescimento deste segmento”.

As marcas de distribuidor “têm neste momento um papel pouco relevante no mercado”, reitera Gonçalo Marques, da Unilever. “O consumidor reconhecer que, ao comprar Lipton, está a obter uma experiência de qualidade bastante superior à proporcionada pela marca própria, sem que o preço seja muito mais alto. Além disso, a marca tem uma base de consumidores leais muito fortes”.

Desta forma, a estratégia da marca para fidelizar passa por entregar produtos que qualidade “excecional” que vão ao “encontro do que o mercado espera”. Já para recrutar novos consumidores aposta em inovação – novos “formatos, sabores e tendências” – para atrair “novas pessoas” e também na adequação dos “planos de comunicação à obtenção de novos consumidores”.

No final do ano passado, a Lipton lançou uma nova gama que acrescenta aos benefícios naturais do chá outros ingredientes naturais valorizados por consumidores que procuram ter um estilo de vida mais saudável. “Até há pouco tempo, a nossa principal aposta para responder a esta oportunidade era a gama de infusões funcionais. No entanto, no último trimestre do ano passado, lançámos uma gama de chás verdes com vitaminas adicionadas”. A linha tem dois produtos atualmente: Immune Support (com adição de vitamina C) e Bring the Boost (vitamina B6).

 

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