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As 3 grandes tendências que estão a moldar os hábitos de consumo dos portugueses

Por a 19 de Junho de 2017 as 11:33

Há três grandes tendências a moldar os hábitos de consumo dos portugueses e a forma como fazem compras e que, segundo a Nielsen, vão manter-se nos próximos anos. Fique a par

  1. Atributos que vão além do preço

Desde o dia 1 de maio de 2012, quando os supermercados Pingo Doce lançaram uma campanha com descontos de 50% que levou a uma corrida dos consumidores às lojas, que se iniciou a escalada promocional que ainda hoje carateriza o retalho português e não revela sinais de abrandamento nos primeiros meses de 2017. No entanto, de acordo com Paula Barbosa, Retail Services Director da consultora Nielsen, “é muito raro” encontrar um produto ou uma categoria nos bens de grande consumo “cujo único atributo importante é o preço”.

Segundo estudos da consultora Nielsen, a grande maioria dos portugueses (88%) está disposta a pagar mais por produtos premium que ofereçam valor acrescentado. 58% mostra-se aberto a comprar marcas que apostem na sustentabilidade e 66% revela interesse em adquirir alimentos que não contenham gordura, açúcar, corantes e aromas artificiais na composição. Além disso, concretamente na compra de frescos – hortofrutícolas, carne, peixe e produtos de padaria – 70% privilegia a origem local dos produtos.

Além de reforçar a aposta nos atributos mais valorizados, inovar nas promoções é um desafio para retalhistas e fabricantes. “As campanhas de colecionáveis são um bom exemplo de que inovar nas promoções resulta. São campanhas bem-sucedidas que não tem como benefício o preço e fidelizam”.

O consumidor está disposto a pagar mais quando valoriza os atributos, por isso estes têm se ser claros e visíveis, aconselha.

  1. Hábitos alimentares estão a mudar

As doenças crónicas (cardiovasculares, diabetes, alergias e cancro) – que, segundo as últimas estimativas, em 2020, serão responsáveis por 70% das mortes por doença no mundo – estão a moldar os hábitos alimentares dos consumidores que são mais criteriosos nas suas escolhas como forma de prevenção das maleitas. Um total de 71% dos portugueses gostava de ter mais informação disponível sobre os produtos que consome.

Neste contexto, os alimentos saudáveis vão continuar a crescer, impulsionados pelos produtos funcionais que hoje já são mais avaliados pelos consumidores pelos ingredientes que contêm do que propriamente pelas caraterísticas organoléticas, como acontecia há uns anos.

“A categoria de alimentação saudável terá três eixos de crescimento”, sublinha Paula Barbosa. Por um lado, os produtos dietéticos que irão diversificar o sortido para dar resposta aos problemas de intolerância alimentar. Por outro, os produtos frescos, por excelência saudáveis, que vão desenvolver-se sobretudo junto da população mais envelhecida. “Um dos desafios será conquistar a população mais jovem” que hoje dá preferência a propostas mais práticas e prontas a consumir. Por último, os alimentos naturais. Uma grande parte da indústria já está a fazer um esforço de redução dos ingredientes indesejáveis (sal, açúcar e gordura) nas suas receitas para dar resposta a consumidores cada vez mais educados e esclarecidos.

Além disso, a população está a envelhecer e estes consumidores têm necessidades especiais. Conhecer este target e ter uma oferta adequada é imperativo. São consumidores que se deslocam em média mais vezes às lojas, ou seja as marcas têm à disposição mais pontos de contato para as suas ações de comunicação. Têm ainda mais atos de compra, 47% das cestas destes consumidores contém até quatro produtos, enquanto 30% das compras da geração mais jovem, por exemplo, tem até 12 produtos.

A oferta tem de ser por isso mais saudável, mais qualitativa, mais personalizada e mais inovadora.

  1. Conveniência na compra e no consumo

Os consumidores mostram cada vez menos disposição para perder tempo na cozinha a preparar os alimentos e confecionar as refeições. Nesse sentido, as propostas de conveniência têm cada vez mais procura. “Os produtos de IV gama são o melhor exemplo de dois mundos: são saudáveis e convenientes”, exemplifica Paula Barbosa.

Mas a conveniência estende-se além do consumo. Os portugueses querem perder o menor tempo possível nas compras o que vai conduzir ao crescimento das lojas de pequena dimensão e do canal online. De acordo com um estudo internacional da Nielsen, as lojas tradicionais e de conveniência crescem mais do que as grandes superfícies, de uma forma global em todo o mundo. “Mesmo em Portugal a estratégia das principais insígnias revela esta aposta na expansão de formatos mais pequenos”.

Um total de 8% dos portugueses fez pelo menos uma compra num supermercado online no último ano. A cifra é baixa quando comparada com outros países europeus geograficamente próximos. “Em Portugal não há muitos operadores com supermercados online e esta oferta reduzida não ajuda ao crescimento do setor”. Por outro lado, as taxas de entrega ao domicilio constituem um entrave à compra neste canal, situação que em França e Inglaterra, por exemplo, tem sido colmatada com o desenvolvimento de modalidades de recolha próximas dos consumidores, como o click&collect e o serviço drive.

Além disso, as lojas alimentares online têm tendência a ser réplicas dos supermercados físicos. “É preciso pensar no sortido”, aconselha a especialista em retalho da consultora Nielsen, acrescentando que “o retalho não alimentar é mais sofisticado” a trabalhar o portefólio no ecommerce.

 

 

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