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Biológicos começam a ganhar espaço nas prateleiras do Lidl

Por a 5 de Junho de 2017 as 18:29

O Lidl Portugal começou há cerca de dois meses a vender biológicos nas suas lojas. “Indentificámos junto dos consumidores uma cada vez maior procura por produtos biológicos e há cerca de dois meses oferecermos um sortido destes produtos nas nossas lojas. E a ideia é oferecer cada vez mais”, disse hoje Pierre Silva, diretor de Compras de fruta, legumes, flores e plantas na filial portuguesa da cadeia de supermercados de origem alemã. Pierre Silva participava num debate dedicado ao tema da sustentabilidade alimentar, organizado pela Associação Portuguesa de Nutricionistas, em parceria com a FIPA (Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares), que decorreu hoje na Alimentaria& Horexpo Lisboa.
“Em média, 70% do sortido à venda nas nossas lojas durante o ano é de origem nacional”, revela ainda o responsável, salientando o trabalho desenvolvido entre a cadeia e fornecedores e associações ligados à Maça de Alcobaça, à Pera Rocha e aos Citrinos do Algarve. “Há uns anos, a Maça de Alcobaça, por exemplo, não era tão conhecida em Portugal como é hoje. Nós identificámos desde logo a qualidade desta maça, assim como o seu potencial, e temos conseguido vender cada vez mais este fruto nas nossas lojas”.

As prioridades do consumidor português
O aumento da procura por produtos biológicos em Portugal, identificada pelo Lidl e pelas grandes cadeias de distribuição com operação em Portugal, estende-se a todos os países europeus de uma forma geral e é resultado de um “desequilíbrio provocado pela agricultura convencional”, explica Fernando Amaral, da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), entidade incubida pelo Governo para elaborar a estratégia do País para a produção biológica. “A produção convencional não se opõe à biológica. São ambas necessárias. A questão é que a agricultura convencional permite produzir grandes quantidades de alimentos a custos baixos, mas com efeitos sociais, no ambiente e na própria composição dos alimentos que conduziu a excessos e desequílibrios. Nasceu assim a necessidade de promover outro tipo de agricultura mais amiga do ambiente, da sociedade e mais adequada para a saúde. Embora naturalmente mais cara”.
Um estudo feito pela DGADR juntos dos portugueses identifica como prioridades dos consumidores em matéria de alimentação sustentável a venda direta de biológicos nos mercados locais, a adoção da taxa mais baixa de IVA em toda a cadeia e generalização do consumo destes alimentos nas escolas e refeitórios públicos. “Embora hoje ainda não haja produção suficiente para isso, é esse o caminho a seguir”, sustenta Fernando Amaral.
Pedro Fernandes, da empresa de consultoria agroalimentar, defende que não há atividade mais sustentável no mundo do que a agricultura quer do ponto de vista social, como económico e ambiental. “A água por exemplo tem sido um dos recursos mais trabalhado pelos agricultores. Hoje, com mesma quantidade de água, produzem-se 10 vezes mais alimentos do que há uns anos”.

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