Vendas de produtos tecnológicos caem em 2015 depois de dois anos a crescerem

O mercado de produtos tecnológicos voltou a registar resultados negativos no segundo trimestre de 2015, segundo o índice da GFK.

As vendas de produtos tecnológicos caíram em 2015, “o que não acontecia desde meados de 2013”. O segmento de eletrodomésticos permanece positivo, com algumas melhorias, assim como as telecomunicações que, pela primeira vez, não lideram o crescimento. As outras áreas – foto, eletrónica de consumo e informática, por outro lado, intensificaram a queda já registada no primeiro trimestre.

“Depois de um ano de recuperação vemos os mercados entrar em recessão novamente”, explica a GFK em comunicado. O mercado global atingiu 527 milhões de euros no segundo trimestre, o que representa a queda de 3%.

De acordo com o índice TEMAX para o mercado nacional, o segmento de eletrónica de consumo regista uma queda acentuada no segundo trimestre do ano, na casa dos 17%. As televisões foram a principal responsável pelo decréscimo, acumulando uma quebra de 12% ao longo do primeiro semestre, o que significa menos sete milhões de euros faturados face a 2014.

No segundo trimestre de 2015, o setor das telecomunicações foi novamente o que apresentou melhores resultados: 159 milhões de euros, que apontam para o crescimento de 7%. São os ‘smartphones’ que continuam a alavancar este crescimento. No final do semestre, registaram um crescimento a rondar os 28% em valor. A utilização deste equipamento como ferramenta de trabalho e a sua conectividade são dois dos principais motivos para a preponderância que têm neste mercado.

O setor de informática caiu 11% em valor. Com os tablets em queda, são os PC’s portáteis o produto que vai contrariando a tendência negativa. Estes dois produtos continuam a ser os mais importantes para este segmento, juntos perfazem cerca de 75% do valor total.

Já a área de equipamentos para escritório registou no último trimestre um crescimento de 8% em valor. Os equipamentos de impressão foram responsáveis por quase 60% do seu valor de quase 21 milhões de euros. É de salientar as performances positivas no final do primeiro semestre de 2015 dos equipamentos de impressão a laser, dos tinteiros e dos toners. Estes três produtos registaram crescimentos em valor na ordem dos dois dígitos.

Menos vendas, produtos com mais qualidade

Apesar de as vendas terem caído, as tv’s estão, no entanto, tecnologicamente mais evoluídas, sendo que os aparelhos com mais de 45 polegadas, ou desse tamanho, representam quase 35% em valor da categoria e as Smart tv’s mais de 55%. Já as Ultra HD representam 15%.

Também no segmento de fotografia, os produtos apresentam características mais inovadoras. “As câmaras com lente intermutável com sensor Full Frame apresentam especial crescimento, bem como as Bridge (com OZ >=20x) nas lentes fixas”. Mais de um quarto das câmaras têm lente intermutável, representando mais de 60% da faturação do produto.

Setor de eletrodomésticos retoma com vendas de casa

Por sua vez, as vendas de eletrodomésticos são “muito impactadas pela venda de casas, que registaram um aumento de dois dígitos em 2014”. Nesta área, os aparelhos de encastre estão a animar em particular o mercado, depois de um primeiro trimestre lento. Também o “bom desempenho” das vendas de frigoríficos contribuíram para que os eletrodomésticos tivessem um ligeiro crescimento. “Os preços estão estáveis, apesar da forte desvalorização do euro desde o início do ano. Esperamos que os preços aumentem no futuro, com um eventual efeito negativo no volume de vendas”.

No primeiro semestre do ano, o mercado assiste à evolução de 3% do consumo de pequenos eletrodomésticos, sobretudo com desempenho positivo do aquecimento e também dos aspiradores. “Todas as categorias estão positivas, mas os preços decrescentes em pequenos domésticos de cozinha tornaram mais estáveis os volumes de faturação total. Os produtos de cuidado pessoal apresentaram um crescimento positivo em unidades e também um preço mais elevado no mix de produtos”.