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O Retalho nacional recomenda-se, por Luís Rosário (Ebeltoft Group)

Por a 7 de Agosto de 2015 as 17:53

Luis Rosario“Os desafios são enormes para entregar a um cliente que hoje em dia quer no retalho o melhor e quer tudo… os benefícios do online (comodidade, facilidade, horários, mobilidade, opiniões de terceiros, comparação de preços, economias de tempo) e os benefícios do ‘off line’ (proximidade, trato humano, novidades, confiança, cenários de compra, segurança, experimentação). E o retalho nacional está a conseguir entregar”.

Por Luís Rosário, Partner IMR, Immersis e Ebeltoft Group

Acompanhando a evolução do retalho internacional, também em Portugal tem sido visível reinvenção de alguns conceitos de retalho e introdução de inovações. Apareceram nos últimos meses mais conceitos híbridos, lojas de especialidade, agrupamentos de produtores que apostam no retalho provando a não estagnação do sector.

São momentos especialmente interessantes os que vivemos. Uma era digital onde, ao contrário do vaticinado por especialistas no início da década passada, as lojas físicas mantêm toda a sua pertinência. Como nunca, surge inovação e concorrência e é fantástico constatar que os retalhistas estão atualmente mais e melhor preparados.

Adicionalmente, um consumidor digitalmente literado, com mais informação disponível, total vivência multicanal, obriga o retalho instalado a ser melhor e mais completo, sobretudo na forma como impacta e capta para compra.

Hoje em dia, o consumidor mostra mais paixão pelo produzido localmente, procura formas diferentes de consumo, reage muito ao efémero impactante, aspira por oportunidades únicas e quer enfoque na experiência.

O retalho está a responder com lojas que são showrooms e centros de celebração da oferta, novos modelos de venda como por exemplo a subscrição, utilizando as lojas como locais de entrega de compras feitas online, proporcionando experiência, conveniência, dominando cada vez mais a informação gerada pelo negócio e clientes.

Alguns dos exemplos nacionais deixam perceber o que de bom se tem feito:

  • Inovar nos produtos e nos conceitos (particularmente interessante é a loja da meia dúzia, os extraordinários sabores portugueses em tubo que surgiram em retalho no Mar Shopping pela primeira vez)
  • Utilizar agrupamentos para diferenciar em retalho (a Loja das Conservas, um projeto que junta 17 conserveiras nacionais, lançado em 2013 e que no ano passado já se internacionalizava, um exemplo claro de produtores que querem ser retalhistas)
  • Reinventar lojas com 30 anos (o rejuvenescido Continente de Matosinhos, mais focado na experiência de compra, com ajustes na arquitetura, decoração e iluminação)
  • Conseguir a fusão de conceitos (por exemplo a cafetaria Bagga da Sonae, um espaço único onde uma oferta “health focused” de padaria e pastelaria se funde com o ‘coffee shop’ e os eventos musicais e culturais ou a Zippy Setúbal que tem uma zona de ‘playground’ incluída)
  • Facilitar a conveniência por parcerias (a nova loja Pingo Doce no posto de Telheiras, a possibilidade de recolha de compras do Continente na bomba da Galp Energia da Autoestrada de Cascais)
  • Encontrar novas formas de retorno (como vimos a Livraria Lello fazer em Julho, com a cobrança de valor de entrada aos visitantes, transformando retalho único e especial numa atração, gerando retorno não só dos clientes mas também dos visitantes)

A evolução do retalho omnicanal avança a bom ritmo, sobretudo junto dos retalhistas com lojas físicas, em Portugal e no mundo. Como sabemos que a inovação nacional não tem limites, mantemos a crença que o retalho português irá continuar a surpreender os seus clientes e o mundo dos negócios.

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