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Retrato do Portugal de hoje, segundo o Professor Marcelo Rebelo de Sousa

Por a 11 de Novembro de 2014 as 15:02

Foto Wikipédia

O professor Marcelo Rebelo de Sousa foi um dos repetentes no II Congresso da Nacional da GS1Portugal, que teve lugar recentemente em Lisboa.

Foi o ‘keynote speaker’ desta segunda edição, três anos depois de ter discursado no I Congresso.

“Há três anos falava de um Portugal numa profunda crise económica e social, mas também de esperança e mudança de comportamentos. Três anos depois, é evidente que o País e o mundo mudaram. Consumou-se o fracasso das primaveras árabes, os países emergentes têm novos e velhos desafios. O mundo está mais global e desafiante e os EUA dão sinais de uma relativa estabilização”.

E qual a sua visão do Portugal de hoje, em quatro ideias principais?

1. “O País tem de entender, em primeiro lugar, a sua exacta dimensão e posição na era pós-imperial. Somos os fundadores da lusofonia mas já não somos líderes culturais nem vamos voltar a ser. Somos europeus e não vale a pena pensar o contrário”. É preciso apostar no capital humano e criar pontes únicas na lusofonia e entre a comunidade de emigrantes portugueses, aconselha o professor.

2. Em segundo lugar, temos de entender, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, que a saída da crise é mais do que uma oportunidade. “A saída será mais rápida ou mais lenta, conforme o estado de espírito nacional”.

3. Em terceiro, é preciso coesão social numa sociedade dividida em dois, revela o professor. “Há dois portugais. Já não é o Norte e Sul. É um idoso a crescer rapidamente e um jovem. O Portugal idoso é frustado porque o desemprego para ele começa mais cedo. Vive muito afastado dos sonhos de há 40 anos e teme ser esquecido pelas gerações mais novas. O jovem é frustrado logo no começo da vida com o desemprego, está indignado com a pesada herança que carrega às costas e está online, circula num tempo e num espaço oposto ao do idoso. Sair da crise com atenção a esta clivagem é essencial”.

4. Por último, a ideia de pensar uma democracia com quase 40 anos. “É preciso uma democracia com mais qualidade. Repensar o sistema político, lento no papel da mulher, com os mesmos rostos”.

Descodificar para os standards globais é imperativo para criar emprego, mais informação fiável e atempada, aproveitar melhor a abertura aos mercados, controlar de forma mais eficiente a qualidade, conclui o Prof., acrescentado um exemplo onde é fundamental o salto tecnológico. A cultura. “As sociedades mudam com base na mudança de mentalidades. Ver bibliotecas e arquivos deste País a adoptar códigos de barras, seria como entrar noutra galáxia”.

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