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Retrato do sector das conservas portuguesas, por Castro e Melo (Fileira do Pescado)

Por a 20 de Setembro de 2012 as 19:15

Nos tempos conturbados que atravessamos, em que as notícias de recuperação da economia parecem tão distantes, e em que a subsistência das famílias é diariamente ameaçada, é bom saber que está à disposição de todos os portugueses um alimento de alto valor nutritivo, saudável, de grande durabilidade, fácil de consumir e de preço acessível, que, ao ser consumido, pode inclusivamente ajudar a economia portuguesa.

Falamos das conservas de peixe. No que diz respeito à saúde, importa referir que as conservas são um produto natural, sem corantes nem conservantes, preparadas com base em conhecimento profundo e longa tradição. Estudos científicos têm revelado que a concentração de ácidos gordos ómega 3, especialmente presente nas conservas de sardinha e cavala, actuam na prevenção de doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes, algumas formas de cancro, trata a artrite reumatóide, psoríase, colite ulcerativa e perturbações do sistema imunitário. Aliás, acredito que foi precisamente a descoberta desta vertente “saúde” em relação às conservas de peixe que proporcionou o aumento das exportações nos últimos dez anos. E tudo aponta para que o valor destas exportações continue a crescer, desde que haja a indispensável matéria-prima.

Negócio de 250 milhões

A indústria conserveira portuguesa, cujo volume de negócios ronda actualmente os 250 milhões de euros, exporta os seus produtos há mais de um século, sendo a sua balança comercial a única com saldo positivo no sector dos produtos de pesca. Fabricam-se anualmente cerca de 50.000 toneladas de conservas de peixe, sendo destinadas à exportação cerca de 27.500 toneladas destes produtos, o que representa cerca de 150.000 milhares de euros. Não nos podemos esquecer ainda que, para além do peixe, exportamos em cada lata de conserva azeite e óleo portugueses, por exemplo. Ou seja, esta é uma indústria que dinamiza outros sectores.

De facto, esta indústria tem revelado um novo dinamismo. Existem actualmente 21 fábricas de conservas, 18 no Continente e 3 nos Açores, que ocupam cerca de 3.500 postos de trabalho directos e outros tantos indirectos. É verdade que hoje existem muito menos fábricas de conservas do que no passado. No entanto, estas fábricas produzem mais, produzem melhor e são económica e financeiramente mais sustentáveis. Por outro lado, têm sido efectuados investimentos avultados, não só na construção de novas unidades industriais, mas também na modernização das existentes.

Criação de riqueza

Numa altura em que Portugal atravessa um ciclo tão difícil, consumir conservas de peixe portuguesas contribui para a criação de riqueza no nosso país e para a criação de postos de trabalho, tanto na indústria das conservas como na frota de cerco e nos outros sectores a montante e a jusante. Daí que seja importante averiguar a origem das conservas, já que muitas delas não são produzidas em Portugal. Por isso, consuma conservas de peixe, mas verifique a sua origem no fundo da embalagem. O consumidor consegue saber se a conserva é de origem portuguesa, verificando o fundo da lata onde, numa forma oval, está inscrito um número e em iniciais maiúsculas o país de origem, que no nosso caso é identificado pelas letras “PT”.

Por Castro e Melo (Fileira do Pescado)

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