Opinião

O Futuro é Móvel

Por a 14 de Setembro de 2011 as 11:45

Mais de 4 biliões de pessoas possuem, pelo menos, um telemóvel. Alguns destes equipamentos são smartphones, com uma ligação à internet tão rápida como a de qualquer computador ligado à banda larga.

O comércio móvel, ou mobile commerce, é uma experiência de consumo baseada na utilização de um dispositivo móvel como um telemóvel, um PDA, um smartphone ou até os novos tablets. Tal como o comércio electrónico, os serviços móveis apresentam um potencial de comodidade, rapidez e resposta personalizada às necessidades dos consumidores. No entanto, este potencial ainda não foi inteiramente realizado, porque a grande variedade de operadores, construtores de dispositivos móveis e tecnologias no mercado, tornam a maioria dos serviços móveis incompatíveis entre si.

A GS1 também é B2C
É aqui que entra a GS1. Consciente do potencial que as tecnologias móveis terão na experiência de consumo, lançou em 2010 a GS1 MobileCom, uma iniciativa que tem como objectivo alinhar tecnologias, operadores móveis, detentores de marcas, produtores e retalhistas, de forma a desenvolver e implementar standards que permitam que todos os consumidores possam aceder a informação adicional sobre os produtos e, se assim o entenderem, através dos códigos de barras GS1 nas embalagens.

Este está a ser um passo histórico para a GS1, já que é a primeira vez que esta Organização Global, presente em 150 países, trabalha no sentido de fornecer serviços directamente ao consumidor. Ao longo dos seus mais de 30 anos de actividade em todo o mundo, tem desenvolvido normas abertas e globais vocacionadas para o B2B (Business-to-Business). No entanto, esta nova abordagem B2C (Business-to-Consumer) apresenta-se como um passo lógico no seu core business, uma vez que o objectivo final, presente na Missão da GS1, é o de beneficiar o último elo da cadeia de valor: o consumidor que, no fundo, somos todos nós.

O que querem os consumidores
O serviços móveis têm o potencial e dar mais significado ao acto de compra, pois oferecem informação adicional e ferramentas que permitem que a escolha dos produtos esteja alinhada com os valores dos consumidores, por exemplo no que diz respeito à saúde e bem-estar ou à protecção do meio-ambiente.

E os consumidores estão interessados nesta nova experiência de consumo, especialmente os detentores de smartphones. De acordo com um estudo GS1 publicado recentemente sobre a influência dos smartphones e da internet no comportamento dos consumidores, 45 por cento dos inquiridos considera que a possibilidade de obter informação adicional sobre os produtos através da leitura do código de barras representa uma grande mais-valia. Cerca de 38 por cento afirmou que gostaria de utilizar os seus smartphones para aceder a coupons e ofertas especiais.

Para 74,4 por cento dos participantes no estudo, é também muito importante que as informações obtidas através dos serviços móveis provenham de fontes de confiança. Como tal, as informações fornecidas, mesmo as que vão para além do preço – como a informação sobre alergénios, sustentabilidade ou as avaliações dos próprios consumidores – devem ser fiáveis.

A GS1, em conjunto com os seus stakeholders e com o seu Sistema Global de Normas, desempenhará um papel muito importante na construção da confiança dos consumidores.

Desafios e Oportunidades para retalhistas e produtores
Através das tecnologias móveis, abrem-se janelas de oportunidades, quer para produtores, quer para retalhistas.

Do lado dos produtores de marcas, esta é uma oportunidade para fornecer aos seus clientes informações e serviços, desenvolvendo com eles relações de maior proximidade, e promovendo, assim, a fidelização à marca. Por outro lado, permite “estender” o aspecto comunicacional da embalagem para além do seu suporte físico.

Para os retalhistas, os serviços móveis podem tornar o ambiente das suas lojas mais estimulante, através da disponibilização de aplicações que leiam os códigos em panfletos, sinalética ou outros canais de comunicação da loja. E imagine um processo de checkout em que o pagamento das compras seria efectuado automaticamente através da leitura de um único código de barras no telemóvel do consumidor.

Outro potencial que produtores e retalhistas podem desenvolver, é utilizar os serviços móveis para acrescentar valor aos seus produtos e à experiência de compra, através dos serviços digitais. Tendo em conta que todos nós passamos cada vez mais tempo online, os serviços móveis podem ser a “cola” que une os produtos e as lojas físicas ao mundo digital.

Como tal, retalhistas e produtores devem preparar-se para este novo canal de comunicação, através de bases de dados contendo informação fiável e devidamente sincronizada.

João Picoito, Gestor de Projectos Sénior Partilha de Informação da GS1 Portugal

 

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