Editorial

Será 2010 melhor?

Por a 17 de Dezembro de 2009 as 5:29

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Resumindo: Portugal terminará o ano de 2009 com um défice orçamental de 8,4% (acima dos 8% previstos pela Comissão Europeia), enquanto a dívida pública deverá chegar aos 86%, existindo quem arrrisque, que em 2011, supere os 91%.

Vítor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, afirmou recentemente que será necessário um aumento de impostos, corrigindo, logo de seguida, a afirmação para “não em 2010, mas até 2013″.

Alguns dos economistas/analistas mais conceituados do País já admitiram, também, que, até 2013, os portugueses não se safarão de novo aumento de impostos.

Ora, se a coisa estava mais ou menos bem encaminhada antes da crise, o que se passou após o terceiro trimestre de 2008 veio demonstrar a fragilidade da economia portuguesa, verificando-se que caímos como os outros, mas que para nos levantarmos temos muito mais dificuldades.

Dois estudos recentes vêm revelar que os consumidores portugueses aprenderam com as dificuldades da conjuntura económica menos favorável, mas que as preocupações foram coisa de pouca dura. Ou seja, se as conclusões da TNS Worldpanel – ” Resposta dos portugueses á crise em 2009″ – indicam que o consumidor voltou ao que era em 2007, o “Estudo de Natal” da Deloitte revela que somente 14% dos portugueses acreditam que a economia está a crescer e só 33% julgam que o Governo reagiu da forma mais adequada.

O que muitos economistas/analistas referem, é que se o português não aprendeu nada com esta crise, então os tempos mais próximos não vão ser fáceis. E porquê? Porque o rendimento disponível dos lares nacionais – que aumentou, devido à baixa das taxas de juro, decréscimo no preço dos combustíveis e quebra nos preços dos produtos alimentares básicos – o certo é que esta realidade não durará eternamente, perspectivando-se que, quando os “big fishes” europeus começarem a dar sinais de estarem a sair da crise, as taxas de juro aumentem, influenciando, assim, o rendimento de todos os europeus, não fugindo, naturalmente, os portugueses à regra.

Isto sem esquecer que o Estado não terá capacidade para manter os apoios às empresas, mais concretamente, às Pequenas e Médias Empresas (PME) indefinitivamente, significando isto que, quando esses apoios começarem a escassear, muitos se farão ouvir … novamente.

P.S.: Esta edição marca, além do número 250, o 19.º aniversário do Hipersuper que será celebrado com a realização de uma Conferência “Consumidor Comportamentos&Atitudes”.

O ano 2010 trará algumas surpresas e iniciativas que julgamos ser uma mais-valia para todos os profissionais dos mercados que analisamos.

Para esses mesmos profissionais, uma palavra: Obrigado. Obrigado pelo vosso apoio, colaboração, disponibilidade e profissionalismo.

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