Carrefour pressionado para sair de mercados emergentes

De acordo com o diário francês Le Monde, o grupo Carrefour está a ser pressionado pelos principais investidores – Colony Capital e Bernard Arnault – para vender as operações na Ásia e América Latina.

O jornal francês avança que nas últimas semanas, tanto a Colony Capital como Arnault, estão a tentar convencer o CEO do segundo maior retalhista mundial, Lars Olofsson, para tomar esta decisão até ao final do actual exercício. As pressões vêm na sequência da perda de 30% do valor das acções do Carrefour desde que estes accionistas entraram no capital do retalhista, detendo actualmente 13,5%.

Segundo outro jornal francês, Le Figaro, a possibilidade de sair da América Latina e Ásia já tinha sido discutida na última reunião do conselho de administração do grupo, no passado mês de Junho, negando fonte próxima dos responsáveis do Carrefour a este diário francês a saída, referindo que “se tratava simplesmente de estudar o investimento em cada formato de loja e país”.

A mesma fonte explicou ao Le Figaro que “o Carrefour não necessita de dinheiro” e que o grupo iria “provar a sua credibilidade no mercado através da recuperação e não pela venda das operações”.

No entanto, alguns administradores não concordam com esta posição e pedira Lars Olofsson para considerar todas as opções. As opções incluem a venda do negócio na América do Sul (Brasil, Argentina e Colômbia), que poderiam ser vendidas numa única operação. A segunda possibilidade passa pela alienação da operação asiática (China, Taiwan, Indonésia, Malásia, Singapura e Tailândia).

O conselho de administração rejeitou a possibilidade de vender as duas operações, surgindo o Wal-Mart como o único grupo com possibilidades de adquirir estas operações, tendo já manifestado o seu interesse.

De referir ainda que na sessão bolsista de Segunda-feira, as acções do Carrefour subiram 3% após noticiada esta possibilidade.

Certo é que esta operação centraria o Carrefour no mercado europeu, podendo o grupo francês obter um encaixe financeiro entre os 7 e 11 mil milhões de euros.

Actualmente, a operação latino-americana é responsável por 12% das receitas globais do Carrefour, enquanto o mercado asiático representa 8,5% do volume de negócios total. Estas duas regiões são, aliás, as que maior evolução registam em vendas – cerca de 26% – enquanto a Europa se mantém estagnada ou mesmo em quebra.