Editorial

Da ‘silly season’ à ‘season of silliness’

Por a 4 de Setembro de 2009 as 5:29

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Depois da “silly season” do ano, eis que se aproxima a “season of silliness”. Ou seja, o tempo de promessas e mais promessas … e mais algumas promessas, mas que ao longo de quatro anos vão ficando nas mais diversas gavetas dos mais diferentes ministérios.Portugal terá, em apenas 15 dias, duas eleições que poderão alterar não só o panorama político nacional, como as próprias políticas a realizar até 2013.

Se a 27 de Setembro próximo está em jogo a governação do País, a 11 de Outubro seremos elucidados sobre quem nos irá governar a nível autárquico.

E se há época para o anúncio de coisas à partida irrealizáveis, ora aí está ela. Muito se vai ouvir de crise, impostos, IVA, IRC, IRS, política agrícola, (des)emprego, educação, e, sobretudo de obras.

Duvido, contudo, que se vá debater muitas ideias para o futuro e se caia, nova e repetidamente, no erro de voltar atrás e falar do que foi, mas não se fale do que irá ser.

Os mais recentes debates que têm aparecido nos mais diversos meios de comunicação, não têm passado do “você prometeu, mas não cumpriu”, “olhe o que vocês fizeram aqui ou ali”, “as contas não são bem assim”, e a inevitável caracterização de “irresponsabilidade” de qualquer ideia que possa aparecer para o futuro. Sim, porque o que se debate não é que País teremos a partir de Setembro de 2009, mas que País tivemos até Setembro de 2009.

A nível autárquico, nunca o País deverá ter tantas obras para inaugurar, embora algumas só deverão estar a meio.

Nos vários sectores que analisamos quinzenalmente no Jornal Hipersuper e diariamente no www.hipersuper.pt poucos anúncios ou promessas deverão aparecer, até porque não se trata de um sector de interesse, excepção feita à agricultura onde iremos ficar a saber pela milésima vez que o ministério não terá gasto o dinheiro que veio de Bruxelas.

A investigação à concentração nos mais diversos sectores (leite, distribuição e/ou pão), combustíveis, abertura aos domingos e feriados foram prometidas, mas não deverão ser prioritárias para o próximo executivo.

E assim continuaremos durante mês e meio a saber o que não foi feito, mas a ficar completamente ás escuras em relação ao que irá ser feito.

Oxalá me engane!

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