Emprego & Formação

Networking: A importância de uma boa rede de contactos

Por a 15 de Maio de 2009 as 5:57

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Hoje, é frequente encontrar-me com pessoas que estão numa fase de reorientação da sua carreira. São, na maioria dos casos, pessoas com qualificações elevadas, com percursos profissionais muito interessantes e que por motivos de uma economia cada vez mais instável passam por períodos que designaria de “redefinição das suas carreiras”.

O que aqui está em questão não é uma análise das competências dessas pessoas, mas antes da forma como profissionais altamente qualificados podem regressar ao mercado de trabalho para um projecto que se enquadre nas suas competências e ambições.

Trata-se de um processo complexo pois, casos existem, em que quem está nestas condições entra numa fase de desmotivação, ficando cépticos face ao mercado e não acreditando que possam voltar a ter uma vida activa num curto espaço de tempo. Temos ainda que referir os profissionais que já estão com uma idade avançada e aos quais existe, da parte do mercado de trabalho, enormes barreiras à sua recolocação.

Ao longo do meu percurso profissional, tenho tido a oportunidade de estabelecer contactos com estes profissionais, com o objectivo de, por um lado, trabalhar a sua motivação e, por outro, de lhes proporcionar aquilo que apelidamos de “rede de contactos”. É importante ter em atenção que, ao nível destes quadros, o tempo médio para se voltar a “vida activa” é de 6 meses. Diria, no entanto, que face aos actuais constrangimentos de mercado, este período de tempo pode ser ainda mais alargado.
Por outro lado, as próprias condicionantes da economia mundial levam a que num país periférico como o nosso, o mercado de trabalho sofra de uma forma mais negativa. Logo, é necessário uma boa capacidade de adaptação a essa nova realidade.

O problema no facto de essa nova realidade ser, para muitos, algo de desconhecido e com o qual não sabem lidar. Nunca se viram na necessidade de “procurar emprego”. O que fazer? Como o fazer?

Penso que uma das soluções passa por tirar partido dos contactos. Daí que uma das questões que se pode colocar ao nível do desenvolvimento de uma rede de contactos é a de como posso desenvolver a mesma. Na minha opinião, fazer contactos, estabelecer contactos, deve ser um “vício” e deve existir uma rotina na forma como o fazemos. Deve ser algo quase espontâneo. Alguns estudos a nível mundial referem que 50 a 70% das novas colocações profissionais, a nível de quadros superiores e médios, surgem a partir do desenvolvimento de uma boa rede de contactos.

Mas como, quando e onde fazer networking? Eu diria que podemos fazer networking a qualquer momento, em qualquer ocasião, apenas precisamos de estar atentos ao meio onde estamos. Podemos fazer networking numa reunião de trabalho, numa conferência, num encontro de ex-colegas de universidade, etc.

Para além de estarmos atentos, é também necessário desenvolver uma postura proactiva. Ou seja, ouvir é importante, mas falar também o é. Ao nível da comunicação alerto para a pertinência de num diálogo termos a maior parte do tempo a palavra do lado do nosso interlocutor, para isso devemos colocar questões em aberto (permite-nos obter informações que nos podem ser úteis em outras situações).

De uma forma resumida diria que um networking de qualidade passa pelos seguintes pontos:

1. Procurar relacionar-se com cada novo contacto;
2. Os contactos estabelecidos devem ter um “focus” na sua carreira e nos seus objectivos profissionais;
3. Não basta trocar cartões; é preciso manter esses contactos (mails, telefonemas, etc.);
4. Networking = Rotina;
5. Tente manter contactos com as pessoas a diferentes níveis;
6. Estabeleça o diálogo quando participa em conferência, eventos, seminários, etc.;
7. Mantenha as pessoas informadas sobre os seus projectos e alterações profissionais (é importante actualizar contactos sempre que se sai de uma projecto);
8. Seja simpático, transmita credibilidade.

Em conclusão, penso que não existem fórmulas secretas nem padrões de comportamento para definir o bom networker. O importante é partir para o desenvolvimento de uma rede de contactos de uma forma aberta, disponível, credível e consistente. Agora, mãos a obra.

Pedro Amorim, Practice Head Portugal Hays Executive, [email protected]

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