Distribuição

Auchan cresce 13,5% para 1,3 mil milhões

Por a 16 de Abril de 2009 as 18:25

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Um crescimento de 13,5% e receitas líquidas de 1,3 mil milhões de euros. Foram estes os resultados do grupo Auchan em Portugal no exercício de 2008. Para 2009, os responsáveis avançam com investimentos na ordem dos 80 milhões de euros e a abertura de cinco novas lojas.

O grupo Auchan alcançou um volume de negócios de 1,298 mil milhões de euros, correspondendo a uma subida de 13,5% face ao exercício de 2007. Em termos de vendas operacionais, o grupo revelou, em conferência de imprensa, que o crescimento foi de 12,5%, totalizando 1,445 mil milhões de euros.

“Embora o contexto económico tenha sido difícil, 2008 foi um ano de actividade intensa, tendo este crescimento significativo das vendas sido devido à consolidação de vários factores”, avançou Eduardo Igrejas, presidente do grupo Auchan Portugal.

De resto, o grupo salientou que esta performance se deveu a um bom posicionamento de preço, ao desenvolvimento das marcas próprias, tendo estas aumentado a sua participação nas vendas, ao forte desenvolvimento das vendas pela Internet, através do site @Jumbo, que cobre já todo o País e que registou um crescimento nas vendas de 150%, ao lançamento do conceito de óptica discount, a confirmação das certificações de serviços nos produtos frescos, ao relançamento das lojas de proximidade da insígnia Pão de Açúcar, com um formato essencialmente de discount alimentar, aos ganhos de produtividade conseguidos através da melhoria de processos de funcionamento, aos postos de combustível, e, às exportações de produtos portugueses para outras lojas do grupo em França, Espanha, Luxemburgo, Angola e Rússia.

Reconhecendo que na segunda metade de 2008 já foi possível registar uma desaceleração e um abrandamento no estilo de consumo, Eduardo Igrejas referiu que esta conjuntura levou o consumidor a “conter-se nos gastos e a transferir-se para produtos de preços mais baixos”.

Assim, o responsável admitiu que a pressão de preços “vai manter-se e que precisamos de melhorar cada vez mais os nossos processos”.

Discount eficiente
Especial referência na conferência de imprensa tiveram os postos de combustíveis, onde, apesar de não terem sido referido as receitas específicas da operação, Américo Ribeiro, director-geral da Auchan Portugal, revelou que representam já “dois dígitos no volume total da companhia”. De resto, a importância deste negócio foi reforçado por Igrejas ao referir que “foi depois da nossa entrada que se deu a revolução de preços. A diferença nos nossos postos rondam os cinco cêntimos em relação aos praticados pelas companhias de bandeira”.

Destacadas foram, também, as marcas próprias, embora neste capítulo Eduardo Igrejas ter admitido que “estas não servem para retirar espaço às marcas de fabricante nos nossos lineares”, salientando mesmo que “esta é uma das diferenças em relação aos nossos concorrentes. Tem de existir equilíbro e as marcas próprias servem para proporcionar uma melhor relação qualidade/preço”.

Assim, a estratégia da Auchan passa por “responder ao que nos pedem” e “não obrigar o cliente a comprar o que nós queremos vender. Não estamos aqui para ferir a produção”.

A importância das marcas próprias foi aliás novamente abordada no contexto de uma possível redefinição do posicionamento do Pão de Açúcar no mercado nacional, salientando Eduardo Igrejas que “para ser discount não se precisa ser feio, porco e mau”. De acordo com o responsável do grupo, o objectivo da Auchan é “dar uma visão de discount eficiente”. Ou seja, “oferecer os melhores produtos ao mais baixo preço. O discount Pão de Açúcar terá de ser uma forma agradável de fazer compras”, admitindo mesmo que “não queremos posicionar o discount da mesma forma da nossa concorrência”.

Importante na estratégia Auchan parece ser também a exportação de produtos portugueses, referindo Igrejas que “o nosso objectivo é abrir portas à indústria portuguesa e criar uma ligação entre quem produz em Portugal e vende a nível internacional”.

Com cerca de 8.000 colaboradores – dos quais 99% são accionistas da companhia – a abertura de novos espaços fará com que o grupo Auchan crie mil novos postos de trabalho durante o ano de 2009, destacando o facto de o grupo Auchan continuar a sua aposta na responsabilidade social.

Os investimentos previstos para 2009 ascendem a 80 milhões de euros, admitindo Igrejas que “os objectivos para este exercício terão de ser adequados à actual conjuntura”. Salientando que os investimentos do grupo não se limitam às cidades de Lisboa e Porto, a Auchan irá abrir duas lojas Jumbo, na Amadora e em Guimarães, bem como três lojas Pão de Açúcar e cinco postos de combustível, aos quais se juntam lojas Box, espaços Saúde e Bem-Estar e ópticas Jumbo.

De referir ainda a operação da Immochan, operação imobiliária do grupo Auchan, que duplicou o seu volume de negócios face a 2007, totalizando 10,6 milhões de euros e um EBITDA de 6,7 milhões de euros, traduzindo-se num crescimento de 552%.

Reconhecendo que este crescimento nas receitas e nos resultados da empresa está essencialmente ligado ao Centro Comercial Alegro Alfragide, que em 2008 teve o seu primeiro ano de exploração completo, Eduardo Igrejas destacou a notoriedade alcançada pela marca “Alegro”, admitindo que, em menos de um ano após a abertura, “colocou-se no topo dos centros comerciais do País”.

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