Editorial

Garantias do retalho

Por a 6 de Março de 2009 as 5:49

 vitor jorge

Numa altura em que a palavra mais pronunciada, ouvida, dita, lida, falada, ou mesmo pensada é crise, existe uma preocupação que não faz descansar ninguém no mercado de trabalho: (des)emprego.

Do exterior chegam diariamente notícias não de dezenas, nem de centenas, mas de milhares de despedimentos, não poupando quase nenhum sector de actividade desta economia global.

Da indústria automóvel, talvez até agora a mais despedidora, à banca, passando pelas tecnológicas, aviação e imprensa, não há sector que não tenha sido forçado a dispensar recursos humanos.

Em Portugal, contudo, há que referir a(s) garantia(s) deixada(s) por dois dos maiores empregadores nacionais – Jerónimo Martins (JM) e Sonae Distribuição (SD) – de não despedir, avançando os máximos responsáveis por estes dois grupos que, provavelmente, terão de contratar mais pessoas, em consequência das estratégias de expansão para o mercado nacional.

Bem sei que existem muitos que me vão criticar por estar a utilizar este espaço para, de alguma maneira, felicitar as posições assumidas recentemente por Alexandre Soares dos Santos e Belmiro de Azevedo, relembrando as passadas aquisições por parte da JM e SD da Plus e Carrefour, respectivamente, e de possíveis e muito prováveis dispensas. Contudo, em caso de fusões ou aquisições, são raros os casos em que não são negociadas algumas saídas.

Mas dada a actual conjuntura, ouvir estes os dois “pesos pesados” da economia nacional garantirem que “despedimentos só depois de irem os anéis” e/ou que “não haverá despedimentos na Sonae” não deixa de ser um sinal positivo para quem lá trabalha e, em geral, para a economia nacional.

A crise é uma realidade e muitos são os que preferem o negativismo, não reconhecendo algo de positivo que possa acontecer, “refugiando-se” somente nas más notícias, no pessimismo, nas dificuldades e/ou descontentamentos.
Para vencer esta crise, a economia necessita da ajuda de todos e na história mais recente nunca se venceu uma crise com negativismo.

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