Editorial

Consumo vs (des)emprego

Por a 20 de Fevereiro de 2009 as 6:31

vitor jorge

Ao longo destes últimos tempos têm sido várias, senão muitas, as notícias, debates, crónicas, opiniões e artigos sobre a actual conjuntura económica mundial e como esta, para muitos, ainda está no início, não existindo na praça ninguém que se atreva a vaticinar o seu fim e como será esse mesmo final.

Praticamente todos os sectores estão a sofrer com a crise iniciada pelo subprime em terras de “Uncle Sam”, tendo esta estendido os tentáculos a todo o sistema financeiro, económico, industrial e social a nível global.

Ao longo destas semanas, senão meses, também têm sido diárias as notícias de cortes, despedimentos, falências, dissolvências e fechos de fábricas, empresas, bancos e demais players do mercado.

Se o sistema financeiro, empresas, indústrias têm sido contemplados com injecções de capital até hoje ímpar – veja-se o que a indústria automóvel recebeu até esta data, bem como os bancos – a actual crise tem um aspecto que muitos colocam em segundo plano: o desemprego.

Muito se tem ouvido da falta de confiança, quebra no consumo, mas quando somos confrontados com a dura realidade de num único só dia terem sido despedidos mais de 70 mil pessoas nos Estados Unidos da América e Europa (27 de Janeiro de 2009), que confiança poderemos ter no quer que seja nos dias actuais?

E há quem diga que isto é só o início!

O nosso cantinho,como não podia deixar de ser, está sujeito ao que vem de fora e pouca ou nenhuma capacidade de reacção possui se não existir uma conjugação de esforços, pelo menos, europeus.

Naturalmente, que destas palavras não surgirá nenhuma solução para esta realidade, mas apenas uma chamada de atenção para quem possa ter responsabilidades em deixar de olhar para tudo isto somente com e em números, mas em pessoas.

O que dizer a uma pessoa que perde o emprego? Como animá-la? Como dar-lhe esperança?

Portugal arrisca-se a chegar ao final de 2009 com uma taxa de desemprego superior aos 8%, vaticinando alguns analistas que esta poderá andar muito próximo dos 10%.
Ora, com esta realidade, não há consumo que aumente, não há confiança a ser criada, não há economia que cresça e os tostões, perdão, os cêntimos, são contados no dia-a-dia, com o objectivo de se chegar ao final do mês, na esperança de, no próximo mês ainda se ter emprego para continuar a contar os tostões, perdão novamente, os cêntimos.

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