Como se estabelecem os preços?

Quem ganha mais na cadeia de distribuição alimentar? Esta dúvida de que se são os super e hipermercados que encarecem os produtos é colocada há muito no mercado espanhol e foi recentemente posta novamente em cima da mesa do Ministério do Meio Ambiente e Maio Rural de Espanha.

Assim, o ministério elaborou um estudo sobre a cadeia de valor que faz parte do Observatório de Preços dos Alimentos. O estudo engloba diferentes gamas de produtos, desde os lácteos à carnes e citrinos. No caso dos últimos, o estudo explica que o lucro dos produtos e dos vendedores (cooperativas agrárias) alcançam margens entre os 6 e 8%, enquanto o lucro dos hiper e supermercados ronda os 3%.

A evolução do preço dos citrinos não foi, contudo, a única categoria analisada pelo ministério liderado por Elena Espinosa. Também a cadeia de valor do leite foi estudada, de resto um dos produtos que mais conflitos tem gerado entre produtores e distribuidores. No relatório (elaborado pela Prodescon), o preço pago ao produtor situa-se entre os 0,325 e 0,365 euros, com uma margem de lucro (face ao preço final) para o produtor de entre 34,9 e 43,7%.

Ao preço na origem, o estudo incorpora custos com a recolha, transformação e comercialização industrial, além da margem do fabricante, logística e distribuição em fábrica, a plataforma de armazenagem e, finalmente, o transporte, custos e margem líquida do ponto de venda.

Este último item alcança uma margem de lucro de entre 1,2 e 1,9% (entre 0,010 e 0,020 euros). Assim, incluindo o IVA, um litro de leite alcança no mercado um preço entre os 0,744 e 1,076 euros.

Ainda de acordo com as estimativas, o estudo da responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente e Maio Rural de Espanha aponta que o incremento de valo entre o preço pago ao produtor e o preço pago pelo consumidor final é de 0,390 e 0,670 euros/litro, sem IVA, e de 0,417 e 0,716 se incluído o imposto.