Delhaize exclui 250 produtos da Unilever
O grupo de supermercados belga Delhaize, um dos mais importantes do país, anunciou ontem que irá retirar cerca de 250 produtos da multinacional Unilever, devido à falta de acordo durante as negociações anuais relativamente a preços.
A Unilever queria introduzir algumas exigências quanto ao sortido e preços, traduzindo-se em aumentos de preço para o consumidor em cerca de 30%, “situação que é inaceitável e por isso cancelámos várias encomendas”, assegurou à televisão pública VRT o porta-voz da Delheize, Hans Michiels.
A decisão afectará cerca de 250 produtos de um total de 400 produtos alimentares, cuidado pessoal e limpeza de várias marcas da Unilever, como Lipton, Mimosin, Knorr e Dove, entre outros.
Segundo a imprensa belga, a Unilever exigia a garantia de que o retalhista oferecesse o sortido completo de produtos ao consumidor, incluindo as novidade, mas a Delhaize negou-se a aceitar esta exigência.
“Além do aumento da taxa anual oficial, a Unilever pôs fim a todos os descontos comerciais que tínhamos negociado durante várias décadas de modo a ir ao encontro das suas exigência, pelo que o nosso preço líquido de compra subiria entre 20 a 30%, dependendo do produto”, assegurou Michiels.
A Unilever admite que quer colocar em prática novos preços, mas desmente os valores avançados pela Delhaize. “Os nossos preços base aumentaram entre 2 e 3%, o que é uma percentagem menor à inflação e igual para todos os nossos clientes”, salientou a porta-voz da Unilever, Aurélie Gerth.
A Delhaize colocou letreiros nos seus supermercados para indicar so consumidores quais os produtos alternativos face aos que desapareceram dos lineares, indicando alguns analistas que a decisão da Delhaize é arriscada para ambas as partes, dado que o grupo perderá clientes que são fiéis a determinados produtos, embora a Unilever também perca receitas, já que existem clientes que permanecem fiéis à insígnia de supermercado.
De referir ainda a conclusão de um professor de estratégias de mercado e gestão belga: “o passado ensinou-nos que ambos perderão volume de negócios e que, finalmente, um dos dois irá ceder”.