Distribuição

Quebras custam 1% da facturação

Por a 26 de Dezembro de 2008 as 18:33

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O último estudo sobre a quebra desconhecida no retalho nacional conclui que os furtos representam cerca de 150 milhões de euros. Ou seja, 1,04% do volume de negócios das Unidades Comerciais de Dimensão Relevante (UCDR).

Mais de um por cento da facturação das UCDR´s em território nacional vai para perdas desconhecidas. Esta é a conclusão do 1.º Barómetro Nacional da Quebra Desconhecida no Retalho 2008, realizado pela PremiValor e patrocinado pela Gateway Portugal.

De acordo com as contas efectuadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o comércio a retalho, com e sem predominância alimentar, obteve um volume de negócios de 14,127 mil milhões de euros em 2006, representando um crescimento de 10% face aos 10,958 mil milhões de 2005.

Recaindo a maioria da amostra do barómetro no retalho de distribuição – Hiper e supermercados (38%) -, seguida do têxtil e calçado (23%), e electrónica e entretenimento (15%), os números revelam que, em 2007, o volume de furtos correspondeu em média, a cerca de 1,04% do volume de vendas, equivalendo a uma descida de 0,42% face a 2005 e 0,03% comparativamente a 2006, totalizando 150 milhões de euros.

Os clientes continuam a ser os principais responsáveis pelas perdas, seguidos dos empregados, erros internos e fornecedores (ver gráfico 1).

Já no que diz respeito aos principais alvos de furto, os CD/DVD/Jogos lideram destacados a listagem (30%), seguido do vestuário e calçado (24%), sendo o terceiro lugar dividido entre pequenos equipamentos electrónicos e pilhas (ambos com 16%) (ver gráfico 2).

No entanto, para os hiper e supermercados também é bastante comum as situações de roubo de pilhas, cosméticos e bebidas alcoólicas, salientando o barómetro que existe uma relação de coincidência forte entre o volume de furtos e a necessidade de proteger os artigos.

Proteger, mas como
Dos operadores ouvidos pela PremiValor, as etiquetas adesivas, etiquetas rígidas e os Safers são os meios de protecção mais utilizados para os diversos tipos de mercadoria. Apesar das primeiras – etiquetas adesivas – serem o meio de protecção mais utilizado para a protecção dos diversos produtos, as etiquetas rígidas e os produtos fechados em vitrinas são utilizados por mais empresas, indica o barómetro. Cerca de 82% das empresas inquiridas afirmaram que utilizam etiquetas rígidas, enquanto 64% utilizam produtos fechados em vitrinas e 55% utilizam etiquetas adesivas, salientando Telmo Vieira, partner da PremiValor e responsável pela elaboração deste barómetro, que “os produtos fechados em vitrinas não contribuem para a experiência de compra, prejudicando, assim, as vendas”.

Quanto às soluções menos utilizadas pelas empresas do retalho encontram-se os dummys, embalagens sem conteúdo e protecção na origem. Contudo, quanto a esta última possibilidade de protecção, as empresas inquiridas admitiram, caso utilizassem etiquetagem na origem, os produtos prioritários para a utilização deste tipo de protecção seriam os pequenos equipamentos electrónicos (33%), seguidos dos CD/DVD/Jogos (26%), vestuário e calçado (11%), e tinteiros e pilhas (ambos com 9%).

No que diz respeito ao investimento efectuado pelas empresas em equipamentos de segurança existe uma divisão clara na forma de contratualização, dado que 50% opta pela aquisição, enquanto outros 50% preferem a opção de aluguer, aparecendo esta última fundamentada pela inexistência de um custo inicial.

Independentemente da forma de contratualização das soluções, 90% das empresas revelou possuir contratos de assistência técnica dos equipamentos, representando os sistemas CCTV e EAS a quase totalidade dos custos referentes a segurança electrónica (92%).

Quanto custa proteger?
Quando adquiridas, o valor das compras reparte-se essencialmente por duas gamas de equipamentos: sistemas anti-furto e CCTV, sendo o primeiro aquele que apresenta um valor mais elevado (cerca de 2,5% superior). Em média, revela o barómetro, em 2007, cada empresa gastou 71.310 euros em sistemas anti-furto e 28.390 euros em CCTV.

Unanimidade parece haver no que diz respeito ao período de amortização dos equipamentos, admitindo 100% das empresas inquiridas que os investimentos são amortizados em cinco anos.

Mas, concretamente, onde ou em que soluções é que as empresas investem para proteger os produtos à venda nas lojas? Certo é que o investimento em equipamento anti-furto feito, em 2007, pelas empresas correspondeu a 64% do valor de quebras desconhecidas registadas, ou seja, as empresas investiram bastante em protecção quando comparado com as quebras. No entanto, “existe uma grande variação pois houve casos de empresas em que o investimento em equipamento foi apenas de 2% do valor das perdas enquanto a empresa que mais dispendeu em equipamento gastou 5 vezes mais em equipamento do que o que registou em perdas”, salienta o barómetro.

De 2005 para 2006 o investimento aumentou 28%, enquanto de 2006 para 2007 o crescimento foi de 14%.

Assim, os principais investimentos foram efectuados em equipamentos associados a alterações tecnológicas, operacionais e estratégicas, destacando-se produtos como Safers, Sistemas EAS Acústico Magnético de Banda (sem torres verticais), Sistemas Acústico Magnético e detectores de metais.

O 1.º Barómetro Nacional da Quebra Desconhecida no Retalho 2008 conclui que “a presente crise dos mercados financeiros e consequente crise económica poderá levar a um aumento de ocorrência de quebra desconhecida, levando a que a tendência para 2009 seja continuar a investir em equipamentos de segurança como forma de mitigar o risco”.


Inovações tecnológicas sugeridas

  • Antenas ao nível do solo (horizontais);

  • Integração das tags nos produtos (na origem);

  • Maior diversidade de etiquetas rígidas e detectáveis em qualquer circunstância;

  • Ao nível das antenas, melhor fiabilidade na detecção de produtos da área do retalho e registo e envio automático de dados estatísticos sobre entradas/saídas e alarmes disparados;

  • Etiquetas RFID na origem;

  • Apostar na detecção de inibidores de alarmes (como é o caso dos sacos forrados a alumínio) – o detector de metais não tem grande fiabilidade;

  • Protecção intensa na origem com alarmes que não fossem inibidos por metal.

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