FMCG Marcas

CAP receia fim do gasóleo agrícola

Por a 23 de Dezembro de 2008 as 2:00

cap-210.jpgA Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) receia que as alegações de utilização fraudulenta do gasóleo agrícola sejam “um pretexto para acabar de vez” com ele, afirma ao Diário de Notícias o presidente daquela estrutura, João Machado. Este responsável acrescenta que, em relação à electricidade verde, aconteceu essa situação: em 2006, alegando a detecção de fraudes no seu uso, cuja dimensão nunca foi revelada, o Executivo penalizou todos os agricultores com o fim do benefício.

Fonte oficial do Ministério da Agricultura recusou ao DN a ideia de pôr termo ao combustível, e frisou que a dimensão das irregularidades encontradas em relação à electricidade são mais significativas que as relativas ao gasóleo.

As ilegalidades em causa, denunciadas numa auditoria publicada em Abril pela Inspecção-Geral da Agricultura e Pescas, e confirmadas em sucessivas acções da Direcção-Geral de Alfândegas e Impostos Especiais Sobre o Consumo, materializam-se na ultrapassagem dos plafonds anuais individuais de consumo, no recurso indevido ao produto, e na incorrecção ou inexistência dos registos de abastecimento nos cartões de microcircuito, explica o DN.

O Executivo projecta limitar o universo de 140 mil beneficiários do combustível verde (o que permitirá poupar mais de 95 milhões de euros em cada ano) e alargar o funcionamento dos mecanismos de controle de consumo a excessos iguais ou inferiores a 40%, hoje impossíveis de quantificar. O dirigente da CAP João Machado denuncia ao diário a vontade governamental de “cortar os custos” dos cofres públicos à custa da competitividade da agricultura portuguesa, desde logo, no espaço da União Europeia.

Outras propostas de solução devem chegar ao gabinete de Jaime Silva em finais de Fevereiro. É pelo menos esse o prazo que um despacho emitido já este mês pelos Ministros da Agricultura e das Finanças fixou como limite para a conclusão dos trabalhos do grupo ad-hoc encarregue de estudar o assunto.

O gasóleo agrícola custa quase menos 40 cêntimos e paga um quinto do imposto petrolífero afecto ao gasóleo rodoviário. Beneficia, em cada ano, agricultores e produtores florestais que usem maquinaria específica, e apresentem candidatura até ao mês de Outubro anterior, desde que as respectivas situações contributivas e tributárias estejam regularizadas.

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *