Porto tem rendas mais baixas da Europa
A cidade do Porto é a localização de comércio de rua mais barata da Europa, conclui um estudo da CB Richard Ellis designado “Rendas de Retalho Global”.
A capital do Norte posiciona-se no 82º lugar do ranking, com as rendas “prime” a custarem anualmente 480 euros/m2 na Avenida da Boavista. O Porto perdeu em relação à avaliação do primeiro trimestre de 2008, quando ainda era 85ª.
Lisboa, por seu turno, é a urbe portuguesa onde o arrendamento se apresenta mais dispendioso, custando um espaço comercial na Avenida da Liberdade ou no Chiado 960 euros/m2 a cada doze meses. Mesmo assim, a situação dos comerciantes era mais desfavorável no primeiro trimestre, altura em que a capital se posicionava no 66º posto da classificação elaborada pela consultora imobiliária.
O estudo aponta “algumas dificuldades de afirmação” por parte do comércio de rua nacional, contrariando a tendência dos “principais mercados” do globo. Na origem dessa diferença encontram-se, principalmente, a “escassez de oferta de qualidade e bem dimensionada” e “a falta de políticas de promoção comuns”. Também o sucesso dos centros comerciais, o fraco dinamismo da legislação sobre arrendamento e o deficiente estado de conservação do património construído contribuem para esta situação.
Todavia, existe uma luz ao fundo do túnel, deixada antever pelo “aumento da procura” e pela entrada de alguns players “em zonas de comércio de rua mais estabelecidas”. A CB Richard Ellis defende que o novo impulso do comércio tradicional é gerado pelo “grau de maturidade que outros formatos de retalho atingiram” no País.
No resto do Mundo, a principal tendência passa pelo continuado aumento dos valores do arrendamento nas zonas “prime”, pelo qual são responsáveis muitos retalhistas que privilegiam “localizações mais maduras” em detrimento de “novos mercados”. O “contexto de incerteza económica”, afiança o economista-chefe da empresa, Ray Torto, remete os comerciantes para uma atitude defensiva, de acordo com a qual optam por “assegurar as melhores perspectivas para os seus negócios”. Refira-se que quase dois terços (65%) das cidades encareceram o arrendamento no último semestre.
A consultora adverte que serão os retalhistas “que apresentam algum ponto de diferenciação dentro do seu mercado – quer ao nível do produto, quer ao nível do preço” os que maior probabilidade têm de “aumentar a sua quota” na actual conjuntura económica.
As cidades mais caras do planeta são: Nova Iorque, nas Américas (16817 euros ano/m2); Hong Kong, na Ásia-Pacífico (9448 euros ano/m2); e Moscovo, na região Europa, Médio Oriente e África (8000 euros ano/m2).