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Biofrade aposta na exportação

Por a 12 de Dezembro de 2008 as 9:30

biofrade

Apesar do pouco apoio, a Biofrade impôs-se no mercado e tem prosperado a um ritmo de 20% nos últimos anos à boleia da moda dos biológicos. Para 2009, a empresa quer crescer 30% e que a exportação represente 25% do seu negócio. Expandir a área de produção e firmar parcerias com fabricantes internacionais tem sido a prioridade…

A agricultura biológica tem sido marginalizada por alguns governantes e vista como uma área pouco interessante para a maioria da grande distribuição”, diz Rui Gomes. “No entanto, basta compreender o que se está a passar em alguns países europeus: primeiro uma moda, agora essencial para os consumidores. O futuro passa pelo consumo generalizado de produtos Bio”.

Tudo começou há 17 anos, quando um dos cinco irmãos, que terminava o curso de agronomia, lançou o repto aos restantes. A família possuía uns terrenos, onde começaram por produzir de forma caseira, acabando por intensificar a produção.

Remontando a 1991, o termo agricultura biológica ainda não constava no léxico dos portugueses e as primeiras produções tinham que ser exportadas. “Criámos uma pequena empresa com alguns pequenos produtores, cada um embalava e tínhamos um carro que entregava nalguns pontos de venda”, recorda Rui Gomes, um dos proprietários da Biofrade.

Apesar de ser rentável, o negócio da agricultura biológica requer bastante paciência e um investimento que só vê retorno a longo prazo, “não se consegue de um dia para o outro, é um investimento que está mais de dez anos sem render”, explica o responsável.

Dezassete anos volvidos, a cultura da alimentação biológica ganhou adeptos em Portugal e apesar de representar apenas 1% da franja de consumo, tem potencial para crescer. Hoje, a exploração de agricultura biológica da Biofrade conta com 30 hectares de produção (20 em regadio e 10 em sequeiro), onde diariamente são cultivados batata, cebola, abóbora, couve, pimento, pepino, meloa, melancia, espinafre, melão, alho-francês, courgette, beterraba, manjericão e alcachofra.

Antes e depois do Príncipe Real

A abertura do mercado de produtos biológicos do Príncipe Real, há cinco anos, foi fundamental para impulsionar o consumo destes artigos. O sucesso do mesmo chamou à atenção da grande distribuição, “começámos com o Grupo Auchan, El Corte Inglés, depois Jerónimo Martins. A Sonae Distribuição fornecemos indirectamente, através de outros produtos”, diz Rui Gomes.

E se antes a Distribuição não tinha expressão no volume de vendas da Biofrade, hoje representa 70%, com tendência para aumentar. Os mercados do Príncipe Real e Oeiras continuam a ser dois importantes pontos de venda. É aqui que ensaiam os produtos para o retalho.

Para além de comercializar a marca “Biofrade”, a companhia embala ainda produtos de marca própria para o Pingo Doce.

Aumentar a exportação para 25%

Nem tudo o que leva o rótulo Biofrade é produzido nos seus terrenos. A necessidade de aumentar a sua capacidade levou a companhia a procurar parcerias com outros produtores e também a importar. “Em Portugal temos cerca de 10 produtores a trabalhar regularmente para nós e também ocasionais”.

No ano agrícola anterior, o volume de produção foi de 350 toneladas, o que representou um aumento de 20% face ao ano homólogo, tendo facturado um milhão de euros.

Para o ano, a empresa espera crescer 30% e exportar mais do que importa. Nesse sentido têm projectado um armazém com maior capacidade do que o actual, que conta com 2000 metros quadrados, e prevêem aumentar a sua área de produção até aos 60 hectares.

Se actualmente a exportação vale 10% do negócio, o objectivo é que dentro de três anos passe a representar mais de 25% e já estão a dar passos nessa direcção.

Batata para a Holanda

Um ensaio bem sucedido de batata resultou numa parceria com uma produtora holandesa, para a qual já exportaram 44 toneladas. Para o ano, o objectivo passa por aumentar para as 200 toneladas e estender a exportação desta para a Alemanha.

Tomate cherry para a Alemanha

Está em vias de se concretizar uma parceria com uma cadeia de supermercado biológico alemã para o fornecimento de tomate cherry. O acordo deverá ser finalizado durante a Biofach do próximo ano.

Campanhas de exportação

A empresa já se iniciou na exportação e nos últimos três anos tem feito algumas campanhas com bastante êxito. Para Inglaterra enviam courgette e abóbora Buternut, para Espanha mandam bróculos e beterraba e para a Holanda vai a batata.

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