IVDP tem nova direcção

O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) tem um novo corpo directivo, constituído por dois viticultores durienses. O Ministério da Agricultura nomeou Luciano Vilhena Pereira para a presidência, e Paulo Meneses Osório para a vice-presidência. O Ministro Jaime Silva dá posse aos dois novos responsáveis do IVDP no dia 21, ás 10:00, na sede do Instituto, em Peso da Régua, para onde deverão ser descentralizados muitos dos serviços.

Luciano Vilhena Pereira, advogado e director Comercial da Adega Cooperativa de Vale do Rodo (com sede em Peso da Régua), é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Na área vinícola, é ainda membro fundador da Confraria dos Enófilos e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro e da Adega Cooperativa dos Lavradores de Feitoria – Vinhos de Quinta, membro honorário da Sociedade Portuguesa de Viticultura e Enologia e, em 2004, presidiu à Comissão Interprofissional da Região Demarcada do Douro. Na área política, desempenhou o cargo de Vice-Governador Civil do Porto (1999-2001) e representou a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) junto da União Europeia, onde conheceu Jaime Silva. Luciano Pereira já se candidatou no passado à presidência da Casa do Douro.

Paulo Meneses Osório, actual director de Marketing e Vendas da “Vale do Rodo” e também fundador dos “Lavradores de Feitorias”, é licenciado em Agronomia. Esta é a grande surpresa, uma vez que se esperava que a escolha recaísse em Rui Vieira, proprietário oriundo de Vila Nova de Foz Côa e considerado próximo do Primeiro-Ministro, José Sócrates.

Antes de proceder às nomeações, Jaime Silva auscultou as direcções da Casa do Douro, da Associação das Empresas de Vinho do Porto e da Associação dos Produtores Engarrafadores do Vinho do Porto e Douro, bem como as cooperativas mais relevantes da região duriense.

De acordo com o Diário de Notícias, o IVDP vai construir uma nova sede na marginal do Rio Douro, na zona nobre do Porto, junto dos laboratórios, ainda sob a alçada da Direcção Regional de Agricultura. Esses laboratórios serão remodelados pelo IVDP, que passará a tutelá-los, o que deverá suceder também com a Câmara de Provadores. A protecção da Denominação de Origem Controlada Douro continuará a exercer-se a partir da Cidade Invicta.

A direcção do IVDP ficou vaga em fins de Setembro, quando o anterior presidente, Jorge Monteiro, renunciou ao cargo que ocupava desde Março de 2000, a fim de ir dirigir a Prosa, empresa do sector agrícola criada em 2007 no âmbito do grupo Sonae. Esta intenção já tinha sido comunicada a Jaime Silva no início do Verão. Na altura, o presidente da Casa do Douro, Manuel dos Santos, declarou ao jornal Público que a saída de Jorge Monteiro era “inoportuna”, pois faria transitar para um futuro responsável as consequências da autonomia cadastral do IVDP e, por extensão, do não recebimento por muitos produtores das autorizações para o fabrico de Vinho do Porto.