Emprego & Formação

CV: Curriculum Vitae, comunicação vital.

Por a 17 de Outubro de 2008 as 9:30

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por André Barata Simões,

Uma das características da nossa sociedade actual é, sem, dúvida, a necessidade quase imperiosa que existe em documentar oficialmente toda a nossa vida. De facto, e pensando apenas numa criança recém nascida, nos primeiros dias da sua vida há que a registar, tratar do boletim de vacinas, número de segurança social, número de contribuinte (se quisermos ter uma conta em seu nome num banco), etc. E se olharmos para as nossas carteiras, facilmente descobrimos que toda essa documentação se vai multiplicando à medida que vamos crescendo.

Há documentos que são absolutamente vitais no nosso quotidiano. Bilhete de Identidade, Número de Contribuinte, Carta de Condução, Cartão de Débito… normalmente são utilizados para que nos possamos identificar, aceder a produtos ou serviços que queremos ou necessitamos e em outras situações mais ou menos comuns. É, por isso, importante que tenhamos toda essa documentação actualizada e validada, pois é-nos necessária para o dia-a-dia.

Existem outros documentos cuja necessidade de utilização não é, pelo menos para a maioria, semanal ou mensal. O primeiro caso que me ocorre é o do Passaporte: nem sempre o utilizamos tanto como gostaríamos, mas convém que esteja sempre actualizado, pois nunca se sabe quando é que poderemos vir a necessitar de para viajar em termos pessoais ou profissionais. O mesmo se passa com o nosso Curriculum Vitae. Podem passar-se meses ou anos em que a nossa vida profissional está estabilizada mas, de um momento, tudo pode alterar-se com, por exemplo, o surgimento de uma oportunidade irrecusável. É, por isso, muito importante que o tenhamos actualizado e pronto a apresentar.

Os Curricula têm grandes diferenças relativamente aos outros documentos que falei. De facto, um CV não é um documento oficial sendo, por isso, de preenchimento livre quer na forma, quer no conteúdo. Por isso, quem trabalha em Recursos Humanos sabe que há pessoas que gostam de sintetizar e concentrar a informação em uma, máximo duas páginas, tal como há quem prefira elaborar curricula mais extensos, que por vezes passam a meia centena de páginas. Pessoalmente, sou defensor dos que preferem elaborar curricula concisos.

Porquê?

Basicamente por duas ordens de razão: por um lado, é mais fácil, para quem tem de analisar diariamente dezenas, às vezes centenas de curricula, encontrar a informação devidamente tratada se o candidato tiver poder de síntese. Dando um exemplo simples, para um profissional de Recursos Humanos é importante saber quais são as habilitações académicas de um candidato e, em alguns casos, qual foi a classificação final obtida. Mas fará sentido preencher um CV com o plano curricular de um curso superior? Claro que não, até porque é relativamente simples obter essa informação.

Por outro lado, que sentido fará um candidato com dois ou três anos de actividade profissional ter um Curriculum bastante mais extenso do que, por exemplo, um Director de Marketing com vinte anos de experiência? Não faz. Mas a grande diferença entre os dois é que o Director de Marketing sabe, por experiência própria que, tal como nas peças de comunicação que aprova, o CV é, muitas vezes, a forma mais simples e eficaz de se comunicar uma mensagem. E quanto mais apelativa e simples de entender essa mensagem for transmitida, mais possibilidades de retorno haverá.

Considero que não há uma fórmula perfeita ou convencionalmente estrita para elaborar um CV. Por ser um documento aberto, pessoal e que, acima de tudo, deve reflectir ou resumir a nossa actividade profissional, deveremos ser nós a decidir qual o melhor formato para nos expressarmos e quais os conteúdos mais interessantes. Mas nunca deveremos esquecer que, apesar de pessoal, o CV é um documento que se destina a um, ou na maioria dos casos, a muitos destinatários. Por isso, é importante, que tenha informação pertinente e facilmente compreensível.

Um outro aspecto muito importante sobre a elaboração de um Curriculum, é tentar sempre que a sua informação esteja actualizada nas entidades que consideramos interessantes. A título pessoal, posso dizer que já me aconteceu, várias vezes, deparar-me com CV`s interessantes mas que tinham moradas, números de telefone ou e-mails desactualizados. Resultado: tinha uma óptima oportunidade profissional para apresentar mas, o facto de não os conseguir contactar – até porque muitas vezes também já mudaram de trabalho – faz com que seja impossível contactá-los e convidá-los para o processo que estava a conduzir.

Resumindo, considero que actualmente o Curriculum acaba por ser um documento essencial para a nossa vida, pois muitas vezes é, sem dúvida, o Passaporte que precisamos para novas oportunidades profissionais.

Practice Leader, Commerce & Consumer, Hays Executive,

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