Outras Opiniões

Pedras no caminho

Por a 3 de Outubro de 2008 as 9:30

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Nunca o mercado teve o dinamismo a que hoje assistimos. Entre aquisições, fusões, compras e trocas, o mercado muda constantemente. É como um organismo vivo. Mutável e adaptável. As pressões constantes a que está sujeito obrigam-no a isso. E tudo muda com o mercado. A recente falência do Lehmam Brothers e o consequente colapso das principais praças bolsistas mundiais, os despedimentos em massa da Hewlett-Packard no mundo, as revisões em baixa da previsão de crescimento económico este ano para a zona euro são alguns dos mais recentes motivos que nos levam a perguntar o que o futuro nos reserva. O caminho está, de facto, cheio de pedras.

E é neste cenário que apenas os mais fortes irão sobreviver. Os que melhor se adaptarem. Os que procuram as melhores estratégias. Os que fizerem as melhores escolhas.

Esta adaptação é crucial. Os que falharem neste processo estão condenados à extinção. Reforço a ideia de extinção pois é disso que se trata. O mercado onde todos nós operamos não será benevolente para aqueles que pautam as suas atitudes pela passividade do “esperar para ver”.

A mudança do mercado implica uma mudança em todos os intervenientes. Todos necessitam de desenvolver um instinto de sobrevivência e de desenvolvimento.

Teremos de ser mais exigentes pois todos serão (e também nós seremos) mais exigentes connosco. Num mercado tão dinâmico e competitivo é crucial modernizar processos, maximizar o retorno dos investimentos realizados, motivar equipas, gerir o tempo e antecipar tendências. Nunca, no passado, a necessidade de inovação e acompanhamento das tendências foi tão crucial para o sucesso.

Como operadores de mercado, teremos de ter uma preocupação constante em prestar o melhor serviço e dar todas as mais-valias necessárias para fidelizar o nosso cliente. Já é um factor crítico para o sucesso mas aparentemente nem todos lhe dão a devida atenção. E é imperativo que o façam.

A compreensão do significado de custo Vs investimento terá de se alterar drasticamente. Será imperativo investir em tecnologia, em recursos humanos, em comunicação e em serviços. Mesmo que os “custos” sejam superiores.

Será crucial abordar o consumidor por meios inovadores e alternativos. Tocá-lo nos momentos certos e com os suportes mais relevantes. É ter uma abordagem mais personalizada. Todos somos indivíduos e exigimos (com todo o direito) ser tratados como tal.

Não poderemos tolerar mais “Velhos do Restelo”, avessos à mudança e cépticos quanto a novos processos. Há sim que reter talentos e desenvolvê-los. São o nosso asset mais valioso.

As mais variadas categorias de produto existentes no mercado terão de fazer um esforço significativo para apresentar novas propostas aos consumidores, propostas mais racionais e mais em linha com os seus desejos. Dos produtos mais “verdes” aos mais cost-effective, teremos de encontrar de tudo um pouco nesta nova guerra para conquistar hearts and souls daqueles que decidem quem ganha e quem perde.

Este é o fenómeno a que será imperativo assistir nos próximos tempos. Tudo pelo longo prazo e pela sobrevivência.

Teremos de abandonar os “brandos costumes” e adoptar uma atitude mais proactiva face às adversidades, antecipando riscos e antevendo tendências. Os obstáculos são colocados no nosso caminho para que os que querem efectivamente crescer se diferenciem dos restantes.

Se a necessidade é a mãe de todos os avanços, venham as necessidades. Só assim nos mantemos competitivos e maximizamos as nossas forças.

Como diz o bloguista Nemo Nox, “Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo”.

Ricardo Caseiro, Marketing Manager Spirits da PrimeDrinks

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