Distribuição

Hipers no pódio dos preços baixos

Por a 19 de Setembro de 2008 as 9:30

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A Deco Proteste voltou a analisar os preços da Distribuição Moderna em Portugal e, desta vez, também incluiu o país vizinho. Entre as insígnias, Eco e Intermarché surgem como as mais baratas, destronando o Feira Nova do 1.º lugar. Se no ano transacto a poupança podia chegar aos 700 euros, em 2008 o carrinho de compras pode ficar 30 euros ainda mais barato

Recolhidos 63.452 preços em 570 lojas (hiper e supermercados, lojas discount, de conveniência, e cooperativas) de 114 cidades, a análise anual da Deco Proteste conclui que, se o consumidor fizer a escolha certa, pode poupar 730 euros no carrinho de compras.

No Cabaz 1 (ver fundo), a Deco Proteste chegou à conclusão que o supermercado mais barato é o Feira Nova de Guilhufe (Penafiel). De referir, no entanto, que nas restantes posições que compõem o Top 10 da Cabaz 1, surgem unica e exclusivamente insígnias pertencentes ao grupo Mosqueteiros (oito Intermachés e um Ecomarché).

Já no Cabaz 2, o campeão dos preços baixos é o Continente, que vem destronar os alemães do discount Aldi e Plus, que lideravam o ranking efectuado pela Deco Proteste em 2007.

Preços elevados a Sul

Segundo os dados apurados pela Deco Proteste, o pódio dos mais caros é liderado por três lojas do distrito de Lisboa: os Polisuper de São João do Estoril e Porto Salvo, e o Sampedro da Pontinha. Ao trio junta-se o Alisuper de Albufeira.

Apesar de o Sul praticar preços mais caros, a Deco conclui que “já é possível poupar no Vale do Tejo”. O Minipreço da Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, regista o índice 100 (a loja mais barata recebe o índice 100), mas partilha-o com o Bolama de Guimarães. Outras opções “em conta” são as lojas Minipreço de Almada, Corroios e Setúbal.

Os frescos são mais económicos no Norte, em especial no Intermarché das Caldas das Taipas, em Guimarães, e no Tomita da Avenida Rodrigues de Freitas, no Porto.

No que diz respeito aos distritos, Braga, Porto e Vila Real são os mais baratos, enquanto Beja, Bragança e Guarda “pagam o preço da interioridade”. Em Lisboa, Faro, Porto e Setúbal são registadas as maiores variações ao nível de preços, admitindo a Deco que a opção certa nestes distritos permitirá uma poupança que pode variar entre 500 e 650 euros.

Hiper ou Super?

Embora o número de insígnias de retalho alimentar esteja a diminuir, com as saídas do Carrefour e Plus, adquiridos pela Sonae Distribuição e Jerónimo Martins, respectivamente, o consumidor sente-se, muitas vezes, indeciso na hora da compra. E segundo a Deco, essa a escolha está, normalmente, entre hiper ou supermercado. Se, por um lado, os produtos são cada vez mais homogéneos, os preços não o são. Para encher o carrinho de compras do Cabaz 1, os hipermercados Intermarché e Ecomarché destronam o campeão do ano passado, também hiper, Feira Nova, posicionado neste ranking em segundo lugar, seguido do Pingo Doce. Em quarto encontra-se o Jumbo que, em 2007, estava na última posição.

Quando a compra se centra nos produtos de mercearia e drogaria os resultados invertem-se, com o Feira Nova e Jumbo a ganhar a liderança.

Quem procura frescos, por sua vez, vai encontrá-los “mais em conta” no Novo Horizonte e nos hipermercados do grupo Os Mosqueteiros.

No Cabaz 2 (ver fundo), a insígnia de hipermercados da Sonae Distribuição (Continente) está entre os mais económicos, seguida do Jumbo e Minipreço. Em quarto e quinto lugar estão, respectivamente, o Feira Nova e Lidl. De referir que o Aldi, que se estreou em 2007 na primeira posição, caiu nesta análise para o 7.º lugar.
Ilhas com preços diferentes

Nos Açores (Ponta Delgada e Angra do Heroísmo), o Modelo apresenta-se como o mais económico, exceptuando os frescos na cidade de Angra do Heroísmo onde o Guarita fica com a primeira posição. Já na Madeira, o Hiper Sá lidera no Cabaz 1 e mercearia e drogaria, deixando a liderança nos frescos e Cabaz 2 para o Pingo Doce e Modelo, respectivamente.

Compras online

“Fazer compras pela Internet é confortável e, em regra, mais barato do que nas respectivas lojas físicas, sobretudo se comprar frescos”, salienta a Deco. Além disso, ajuda a controlar os gastos, pois “não existe a tentação de pôr mais uma e outra coisa no carrinho”, admitindo a Deco que “numa região com preços elevados, pode valer a pena comprar online”. Entre as três grandes insígnias que vendem na World Wide Web, a liderança pertence ao www.continente.pt, seguido do www.jumbo.pt, onde o Cabaz 1 pode custar menos 20% que no www.elcorteingles.pt. E se a opção for pelos produtos mais baratos, essa poupança pode ainda ser maior, podendo atingir 46%.

Passar a fronteira não compensa

Pela primeira vez, a Deco incluiu cidades espanholas no estudo e concluiu que a poupança no país vizinho “só se faz à lupa”. Afinal, ao contrário do que muitos pensam e tendo em conta a diferença de IVA entre os dois países (5% na altura do estudo), passar a fronteira para ir às compras não compensa.

E a Deco dá o exemplo dos frescos: “a fruta e os legumes no Ecomarché de Estremoz custam quase menos 50% do que nos dois Carrefour de Badajoz”, adiantando que a cidade espanhola apenas é boa opção “para quem procura promoções”.

Mas, também, existem excepções. A loja Dia de Tui e o Mercadona de Verin compensam em produtos de mercearia e drogaria. Em relação a Ayamonte, a Deco afirma que “é mesmo para esquecer”.

No final do estudo, a Deco “arruma” os produtos. Ou seja, se estes se encontram à altura da cabeça ou mais alto, isso significa que se trata de produtos rentáveis para a loja. Já quando estão na direcção dos olhos, embora mais caros, provocam a compra por impulso. Produtos à altura das mãos, caracterizam-se por uma grande procura e se o retalhista os colocar na parte de baixo, então a compra é “obrigatória”.
Os cabazes

A Deco definiu dois conjuntos de produtos para padrões de consumo diferentes. Os índices foram calculados a partir de 63 452 preços, recolhidos em Fevereiro. Receberam uma ponderação segundo o peso de cada produto no orçamento familiar (dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, em 2008).

Cabaz 1

Representa o consumo médio de uma família típica, que escolhe pela marca. Inclui 100 produtos de 12 categorias: gorduras e óleos, lacticínios e ovos, outros produtos alimentares, charcutaria, bebidas, higiene pessoal, limpeza da casa, fruta e legumes, peixe, ovos, carne de porco e de vaca. Com estes produtos, a Deco criou ainda dois subcabazes: mercearia e drogaria, para quem compra só estes artigos no supermercado; e frescos, se não faz questão de escolher a fruta e os legumes na mercearia da sua terra.

Cabaz 2

Reflecte quem prefere a marca mais barata e abrange 81 produtos. Face ao primeiro cabaz, exclui carne, peixe, fruta e legumes.

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