Emoção em período de recessão

por Carlos Leitão,

Certamente que todos nós já passámos o momento de nos revermos como Velhos do Restelo, pessimistas quanto à rápida recuperação da situação económica nacional e europeia, para nos confrontarmos com uma realidade factual pura e dura, que leva à ponderação de qualquer investimento, desde o mais simples até aquele que gera maiores implicações na vida e estrutura de uma empresa.

Os investimentos que são afectados em primeiro lugar são aqueles que não dizem directamente respeito ao core business das empresas e que se consideram como não gerando riqueza. É nesta análise que algumas empresas se esquecem do poder da comunicação em tempos de escassez de consumidores.

Embora esta ponderação de contenção de investimentos seja lógica e mesmo desejável, a bem da saúde financeira das empresas e da sua sustentabilidade, esta estratégia peca, por vezes, por excluir dos investimentos necessários em alturas de crise aqueles que direccionam e influenciam a intenção de compra dos consumidores – já de si pouco dispostos a gastar dinheiro.

A este respeito, são de referir as diversas soluções de comunicação no ponto de venda existentes hoje em dia no nosso mercado – Digital Signage, Mupis Digitais, soluções interactivas, entre outras. Estas ferramentas de comunicação, ao permitirem uma comunicação muito mais direccionada e apelativa, permitem captar a cada vez mais ténue franja de consumidores com possibilidade para serem influenciados nas suas opções de compra.

Ao vermos o comportamento de compra em diversos mercados, que parecem não encontrar eco nas previsões e análises económicas, encontramos aqui razão para não desinvestir nestes meios de comunicação.

Sendo um lugar comum afirmar que nos momentos de crise se observam boas alternativas de investimento, é um facto que a expectativa de captar audiências – consumidoras – que se apresentam em desaceleração, podendo com isto aumentar as vendas no imediato e ganhar visibilidade para o futuro, é não só apelativa mas também uma necessidade imperativa.

Podemos ainda salientar que, de entre os diversos segmentos de mercado em que estas tecnologias se aplicam, a área de Retalho é aquela que mais necessidade tem de influenciar a compra face ao grande número de alternativas que, tipicamente, se apresentam para cada artigo, sendo também aquela que mais possibilidade prática tem de implementar esta nova forma de gerar emoções positivas nos clientes.

É importante que, de forma ponderada, não nos esqueçamos daqueles investimentos que não são feitos apenas com os olhos postos no futuro, mas também olhando para as necessidades do presente e para a forma de compensar alguns desvios, com a força da comunicação e da emoção – estes dois factores continuam ainda a conduzir as mentes dos consumidores, faça chuva ou faça sol.

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