A “ameaça” das MDD´s

O Jornal de Negócios publicou recentemente uma comparação de preços, tendo realizado compras em quatro grandes superfícies, num cabaz composto por dez produtos alimentares, normalmente tidos como fundamentais em qualquer lar português.

Sem querer entrar aqui na guerra de quem é mais barato ou mais caro, constata-se, contudo, que as marcas da distribuição (MDD´s) venceram a batalha do preço. Na esmagadora maioria dos casos, são, de facto, as marcas da distribuição que vencem a guerra do preço, custando, por vezes, metade do preço das marcas de fabricante.

Isto levanta duas questões: a primeira, sabendo-se que Portugal não vive uma realidade de fartura, que margem de progressão e crescimento poderão ter as marcas de distribuição no futuro?

Por outro, cabe analisar que lugar terão as marcas de fabricante nos futuros lineares da Distribuição Moderna nacional e a que preço.

Os exemplos que nos chegam lá de fora, revelam uma realidade bem diferente face a este cantinho europeu. Senão vejamos: se para alguns as marcas da distribuição já possuem quotas exageradas, o que dizer de outros países europeus?

É que, se em Portugal a quota das marcas próprias na Distribuição Moderna ronda os 21%, a média europeia revela uma realidade que anda muito perto dos 30%, havendo países em que chega mesmo aos 50%.

Facto é, também, que a recente baixa nos preços das matérias-primas ainda não se reflectiu nos preços finais ao consumidor, revelando alguns produtores que isso só acontecerá mais para o final do ano.

Deixando de lado questões como qualidade, gosto ou preferência, o facto é que as marcas da distribuição são mais baratas e isso funciona a seu favor.

Utilizando a velha máxima de que gostos não se discutem, a certeza é que, por esta hora, existem muito consumidores que, ao entrarem numa grande superfície, discutirão com toda a certeza os preços.