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Reabilitação pode ressuscitar comércio tradicional

Por a 11 de Julho de 2008 as 17:00

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Sem grande margem de manobra, as lojas tradicionais portuguesas estão a perder clientes face ao desenvolvimento do negócio nos centros comerciais.A Cushman&Wakefield analisou a situação dos espaços de comércio tradicional em Lisboa e Porto e verificou que, para captar investimento internacional, é preciso, por exemplo, restaurar prédios em degradação.

Elevado preço no aluguer de lojas, problemas com a actual politica de arrendamento e dificuldade em encontrar espaços comerciais cujos prédios não estejam em degradação nas zonas históricas de Lisboa e Porto. Por outro lado, um clima muito bom para sair de casa, calçada portuguesa bastante atractiva e vontade de grandes multinacionais entrarem no mercado tradicional português. Estas são as principais conclusões do estudo O Comércio de Rua em Lisboa e Porto.

É a primeiro analise que se faz em Portugal sobre a situação do comércio de rua nas duas maiores cidades nacionais. A Cushman & Wakefield concluiu que as lojas tradicionais não têm conseguido acompanhar a evolução das grandes superfícies e a única solução é, segundo explicou Sandra Campos, Directora de Retalho da Cushman & Wakefield, “criar regras comuns para o comércio tradicional de forma a garantir que todos estão abertos às mesmas horas”.

“Existem duas áreas em Portugal que são consideradas Premium no comércio nacional. Avenida da Liberdade, em Lisboa, e Rua de Santa Catarina, no Porto. O problema é que o aluguer de um estabelecimento nestas duas zonas custa por metro quadrado 75 e 50 euros, respectivamente”, esclareceu ao Hipersuper Marta Leote, directora de Research e Consultoria da Cushman.

Mesmo que um investidor esteja disposto a pagar estes valores para montar negócio tem de ultrapassar a temática dos arrendamentos. A lei é clara: os contratos são feitos a cinco anos por valor a decidir com o dono do espaço a alugar. No final desse período, o inquilino tem de discutir novo contrato e novos valores com o senhorio. “A legislação é recente, uma vez que as pessoas que tem acordos estabelecidos há mais de 50 anos não estão abrangidos pela mesma ficando ao seu critério anular ou não os contratos das lojas que exploram”, sublinhou Leote.

A directora de Consultoria da Cushman explicou ainda ao Hipersuper que “chegam a ser necessários vários milhões de euros para que, por exemplo, o dono de uma loja antiga aceite rescindir o contrato que tem para que uma empresa mais moderna possa fazer obras e iniciar o seu negócio no espaço”.

O investimento dificilmente será rentabilizado em cinco anos e existe o risco de o senhorio não querer renovar o contrato, ou pedir uma renda manifestamente mais elevada. Muitos acabam por desistir da ideia inaugurando as suas lojas em centros comerciais.

A solução passa por, em conjunto com as entidades municipais, restaurar numerosos prédios em ruínas que possam ser comercializados. O documento revela ainda ser imperativo criar regras comuns a todos os lojistas, como hora de fecho, para que os consumidores saibam que podem sair de casa sem receio de encontrar a loja que pretende fechada.

A Cushman & Wakifield acredita nas potencialidades do comércio de rua num País que tem “óptimas condições naturais para este tipo de mercado”. Porém, avisa que o comércio de rua tem de inovar no sentido de ultrapassar as dificuldades da concorrência.

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