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Vinhas mudam-se para Norte

Por a 1 de Julho de 2008 as 2:00

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De acordo com a WWF, organização ambiental não governamental, as zonas de produção de vinho estão a deslocalizar-se entre 10 a 30 quilómetros para Norte a cada dez anos. As alterações climáticas são as responsáveis por esta deslocalização, evidenciando um recente relatório que no Sul da Inglaterra já se produz vinho espumoso e que na Dinamarca a produção de vinho tinto está a aumentar.
Desde o principio da industrialização que a produção de vinho estava localizada a Sul, indicando agora os estudos recentes que o processo de deslocalização para Norte está em processo, sendo possível ver nos fiórdes perto de Oslo vinhas de Pinot Noir.

Os especialistas referem que o aquecimento global do planeta repercutir-se-á nos estilos e denominações de origem. Até esta data, as temperaturas nas zonas vitivinícolas de qualidade têm vindo a registar um aumento de dois graus, possibilitando a produção de vinhos de grande qualidade. O problema, referem os especialistas, está no continuo aumento destas temperaturas, levando a que a uva amadureça em excesso antes de desenvolver toda a complexidade aromática que um vinho de qualidade requer.

Segundo Pancho Campo, presidente da Academia do Vinho de Espanha, as regiões do Mediterrâneo não vão poder continuar a cultivar as mesmas uvas. “Irá optar-se por variedades mais resistentes, veremos novos sistemas de condução de vinha e de rega, bem como uma alteração nas técnicas de vindima, introduzindo-se tratamentos e correcções nas adegas”.

Todos os cenários desenvolvidos pelos especialistas ambientais revelam uma queda drástica no volume de precipitação na região do Mediterrâneo e no Sul da África. “É de esperar que a seca aumente drasticamente na Península Ibérica, fazendo com que os custos de produção subam consideravelmente, prejudicando os países que até agora víamos como grandes produtores de vinho – Portugal, Espanha, Itália, África do Sul – e apareçam novos países, localizados em regiões mais favorecidos, ou melhor, menos prejudicadas por estas alterações climáticas, como a Polónia”, revela a WWF.

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