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Biocombustíveis vistos como um crime contra a humanidade

Por a 2 de Maio de 2008 as 2:00

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Os biocombustíveis, a especulação financeira e a política “excepcional” do Fundo Monetário Internacional (FMI), são as principais causas para o aumento do preço dos alimentos, segundo denuncia feita pelo representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, sublinhando que a crise é «uma autêntica tragédia».

O responsável apelou e exaltou a importância de realizar a reunião em Berna que juntará os organismos da ONU com o seu secretário-geral, Ban Ki-moon, com vista a enfrentar a crise alimentar. Zigler apelou também aos doadores do Programa Mundial de Alimentos (PAM) da ONU a aumentarem os seus donativos, uma vez que «em três meses perdeu-se 40% do seu poder aquisitivo», consequência do aumento de preços.

O sociólogo suíço que finaliza o seu mandato esta semana assegurou em conferência de empresa, que os biocombustíveis são «um crime contra grande parte da humanidade, algo intolerável», visto que a transformação massiva de alimentos para este fim provocou a subida de preços dos produtos básicos necessários à sobrevivência de milhões de pessoas.

Segundo dados da FAO (Fundo da ONU para a agricultura e a alimentação) citados por Zigler, no último ano o preço dos cereais, especialmente o trigo, aumentou 130%, o arroz, alimento mais consumido do planeta, 74%, a soja com 87% e o milho 53%.

Os Estados Unidos são apontados como os principais responsáveis no que se refere à utilização de terras agrícolas para a produção de biocombustíveis. Condoleezza Rice, secretária de Estado dos Estados Unidos da América, revelou que «aparentemente houve algum efeito que não era esperado na procura de combustíveis alternativos», e sublinhou que «acreditamos que os biocombustíveis continuaram a constituir uma peça importante nas fontes energéticas, no entanto, queremos estar seguros que não terão efeitos controversos».

Rice defendeu ainda a posição do seu país dizendo, que acreditam «que esta não é a causa principal do problema, contudo, faz parte dele».

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