Tec & Log

Os segredos do armazém

Por a 18 de Abril de 2008 as 17:00

slog

A Slog está a piscar o olho ao retalho não alimentar. Para esta conquista, vai ampliar a área de armazenagem e modernizar o sistema informático. A meta do operador logístico nacional é duplicar a facturação até 2010.

Na penumbra do grande armazém o movimento é intenso. Entre máquinas, pilhas de caixas, muitas de pequena dimensão, os corredores estão repletos de estantes e os operadores movem-se a passos largos. A azáfama é própria da actividade e da precisão dos movimentos depende o sucesso do trabalho. As máquinas, leia-se empilhadores, fazem subir o elevador para atingir alturas inatingíveis à mão humana. Outra máquina, um autêntico robot de última geração, leva à mão do operador aquilo que é solicitado através do sistema informático. É um carrossel vertical, na gíria profissional, e é mais comum de se ver na indústria farmacêutica, porque é especialmente indicado para armazenar peças pequenas, como as caixas de medicamentos. Um operador a trabalhar com este equipamento produz sete vezes mais do que a fazer o picking tradicional.

Estamos na plataforma de Setúbal da Slog (Serviços e Logística S.A.), empresa do grupo Entreposto, que alberga cerca de quatro mil referências de diversos tipos e materiais.

A mais valia desta empresa nacional, com mais de 20 anos de actividade, é a experiência em logística fina ou de detalhe. Ou seja, mercadoria de pequenas dimensões e em pequenas quantidades. A grande maioria das peças em armazém são empacotadas à unidade ou em caixas, e com menos frequência em paletes.

A história da Slog teve início na indústria automóvel. «As actuais instalações faziam parte da linha de montagem da Datsun, na década de 70. Hoje, dessa actividade apenas mantemos a logística de veículos, ou seja parqueamento e preparação dos veículos para entregar aos concessionários», recorda José Domingos, responsável pelo desenvolvimento do negócio da empresa. «Na logística de componentes/peças para automóvel entrámos há cerca de 10 anos». E ainda hoje a Slog importa mercadoria, a partir de Barcelona, para abastecer os concessionários da Nissan e Hyunday, entre outros.

Mas, águas passadas não movem moinhos e o sector automóvel deixou de ter honras de destaque na estratégia da empresa, embora faça parte da sua história. Desde há três anos que apontou baterias a outras áreas de negócio do sector não alimentar, nomeadamente o retalho de média dimensão que comercializa material electrónico, de escritório e calçado, material clínico, entre outros. «Escolhemos o sector não alimentar porque faz mais sentido com o tipo de mercadoria que já trabalhamos, mas temos instalações disponíveis e know-how para trabalhar inclusive a área alimentar».

A meta é reduzir a dependência da logística automóvel no volume de negócios da empresa.

Up-grade tecnológico
A tecnologia é essencial à consolidação de qualquer negócio e a logística não é excepção. Por isso, a Slog vai investir meio milhão de euros para modernizar a infra-estrutura tecnológica que deverá estar operacional até ao final do ano. «O novo sistema informático vai permitir a leitura de código de barras em todas as movimentações, com a ajuda de leitores manuais e sistema de voice picking». Aumentar a velocidade do serviço, actualmente a empresa tem três expedições diárias, e melhorar a qualidade do mesmo, constituem os benefícios do up-grade tecnológico. «Vai permitir ao cliente entrar remotamente no nosso sistema informático e verificar qual é a situação em tempo real da sua encomenda».

O investimento prevê ainda a optimização da área de armazenagem uma vez que o objectivo é conquistar novos clientes e sectores de actividade. A actual capacidade é de 11 mil metros quadrados e a meta é ganhar cerca de 40% de espaço novo. «A tarefa não se afigura difícil uma vez que podemos aproveitar áreas paredes-meias com o armazém que são facilmente integradas».

A ambição da Slog é duplicar a facturação até 2008 e alcançar 10 milhões de euros. O dinamismo que o mercado logístico tem registado nos últimos anos é um ponto a favor da estratégia de crescimento do operador. «Há cada vez mais empresas de média dimensão a recorrer ao outsourcing» e a tendência veio para ficar. Entre as vantagens que gozam as empresas, José Domingos destaca a libertação de recursos, a redução de custos operacionais e a possibilidade de focar todas as atenções no core business.

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