Não Alimentar

Henkel cola-se aos negócios principais

Por a 21 de Março de 2008 as 9:30

henkel

Rita Gonçalves, em Düsseldorf, Alemanha*
Escolheu o País que a viu nascer, Alemanha, para divulgar o desempenho de 2007 e traçar metas para 2008. A Henkel está presente em 126 países, emprega 53 mil de colaboradores mas tem em marcha um plano para reduzir 7% da força trabalhadora.

A Henkel aguarda com grande confiança o próximo 1 de Abril, dia em que, caso o negócio receba luz verde das autoridades europeias da concorrência, se tornará proprietária das divisões de colas e material electrónico da National Starch.

O negócio, avaliado em quatro mil milhões de euros, permitirá à Henkel dinamizar a oferta e tornar-se um player de peso no sector das colas.

Há duas alienações a decorrer em simultâneo: a inglesa National Starch é uma participada do Grupo ICI, consórcio que a Akso Nobel vai adquirir para vender, à posteriori, aquelas duas divisões à Henkel.

Entre as linhas da estratégia para 2008 destaca-se ainda a intenção de alienar a participação de 29,4% que a fabricante alemã de bens de consumo detém na Ecolab, empresa com operação directa em mais de 70 países, distribuídos pelos quatro cantos do Mundo. «Focar as atenções no nosso core business é o principal objectivo», explicou Ulrich Lehner, presidente do concelho de administração da Henkel na apresentação dos resultados de 2007 que teve lugar na Alemanha.

O quartel-general do fornecedor de soluções de segurança, saúde e limpeza para os sectores alimentar, hospitalar e indústria, localiza-se em Minnesota, USA. A Ecolab registou vendas de 5,47 mil milhões de dólares (3,57 mil milhões de euros) em 2007. Questionado sobre quando e a forma como será levado a cabo o desinvestimento, o responsável preferiu não adiantar pormenores.

Lucro sobe 8%
A Henkel integra o ranking das 500 empresas mais valiosas do Mundo e alcançou vendas superiores a 13 mil milhões de euros em 2007, mais 2,6% face ao exercício homólogo, nos 125 países onde está presente. O resultado líquido da multinacional alemã subiu mais de 230%, de 28 para 94 milhões de euros.

As três divisões – detergentes e produtos de limpeza, cosmética e cuidado corporal e cola e tecnologia – contribuíram em força para o desempenho do grupo com mais de um século de história.

Quanto ao resultado operacional (EBIT), cresceu 3,5% para 1,34 mil milhões de euros. Os lucros líquidos, esses, alcançaram 941 milhões de euros, mais 8% face ao ano anterior.

Nos mercados emergentes (Europa do Leste, Médio Oriente/África, América Latina e Ásia, excluindo Japão), a fabricante do detergente Persil registou o melhor desempenho e aumentou as vendas em 15,3% para 4,38 mil milhões de euros. Estas regiões já representam 12,4% das vendas globais das empresas.

100 anos de Persil
O sector de cosmética e cuidado pessoal revelou o melhor desempenho e atingiu valores recorde. Subiu as vendas orgânicas (resultado depois de ajustados a moeda estrangeira e as aquisições/desinvestimentos) em 5,8%. A Europa do Leste é o mercado mais dinâmico e cresce a duplo digito.

A área de detergentes e produtos de limpeza atingiu um incremento de 5,5%. Também neste sector, os países do Velho Continente contribuíram em força para o desempenho. As actividades promovidas para celebrar centenário de Persil, a marca mais importante e emblemática no sector dos detergentes, influenciaram de forma positiva o resultado da multinacional.

Por último, o sector da cola e tecnologia alcançou vendas de 5,71 mil milhões de euros, mais 6,5% face ao ano anterior. Os países emergentes, leia-se África/Médio Oriente, América Latina, Ásia-Pacifico e Europa do Leste, constituem as regiões onde este segmento mais cresceu.

Redução de custos
Apesar dos resultados, Ulrich Lehner anunciou um plano de reestruturação para levar a cabo ao longo dos próximos quatro anos, que prevê o despedimento de três mil colaboradores, 7% da força trabalhadora, e a optimização dos processos industriais. «A meta é responder ao aumento dos custos de produção, à agressividade da concorrência, e garantir o crescimento sustentado da companhia nos anos que se avizinham». Ou seja, reduzir custos e aumentar a competitividade. A reestruturação vai afectar todos os países.

O presidente do concelho de administração da Henkel prevê fechar o ano com um aumento entre 3 a 4% nas vendas orgânicas face aos resultados deste ano, graças à «posição confortável que a empresa detém nos vários países onde opera», e ao crescimento que visa atingir nos mercados emergentes.

*A jornalista viajou a convite da Henkel

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