FMCG Vinhos

Nuno Guedes Vaz Pires, Director da Essência do Vinho

Por a 7 de Março de 2008 as 9:30

essencia

«A desmistificação do mundo do vinho e da gastronomia»

O Palácio da Bolsa, no Porto, vai ser durante quatro dias a capital do vinho e do gourmet. A realização da 5.ª edição da Essência do Vinho, a par da Essência do Gourmet, dão, conforme revelou Nuno Guedes Vaz Pires, director da Essência do Vinho, em entrevista ao Hipersuper, «a possibilidade de conhecer alguns dos melhores vinhos do mundo», além de permitir interagir com produtores, enólogos, e degustar produtos gourmet.

Se dúvidas existissem relativamente ao sucesso da Essência do Vinho, os números dissipam-nas: dos 6.000 visitantes de 2004, o evento evoluiu para 10.000 em 2005, 12.000 em 2006, e 16.500 em 2007. O objectivo passa por aumentar a notoriedade dos dois eventos e reforçar o posicionamento de ambos, isto é, «conseguir afirmar a Essência do Vinho e Essência do Gourmet como a principal experiência do vinho e do gourmet em Portugal», admite Nuno Guedes Vaz Pires.

Hipersuper (H): Que balanço faz do evento Essência do Vinho, prestes a dar início à 5.ª edição?
Nuno Guedes Vaz Pires (NGVP):
Estamos muito contentes com os resultados das edições anteriores da Essência do Vinho. É o evento âncora da empresa. A empresa e o evento partilham o mesmo nome porque foi a partir deste projecto que a empresa surgiu e evoluiu a par com ele.

A adesão do público ao evento foi muito positiva e visível desde a primeira edição. Os números são demonstrativos. Os 6.000 visitantes que recebemos em 2004 evoluíram para 10.000 em 2005, 12.000 em 2006, e 16.500 em 2007. É interessante verificar que contamos com um grande número de pessoas que acompanham os nossos eventos. Vêm de vários pontos do País e muitos também de fora, principalmente da Europa. O número de dias do evento também aumentou para corresponder a crescente participação de público. A Essência do Vinho começou por ser realizada durante 3 dias, um fim-de-semana prolongado, este ano serão quatro dias, de 6 a 9 de Março, isto é de Quinta-feira a Domingo.

H: Quais são as principais características da Essência do Vinho?
NGVP:
Quisemos marcar a diferença pela qualidade. Desmistificar o mundo do vinho e abrir o sector ao grande público, posicionar o vinho e a gastronomia e dar-lhe uma nova abordagem, educar o consumidor e envolvê-lo, convidando-o a participar em várias actividades. Ao mesmo tempo gerar orgulho nacional num produto que deverá ser uma das ancoras do nosso País. Investimos ainda na imagem e comunicação, sempre cuidada e muito bem pensada, para que possa chegar ao nosso público-alvo.

H: Qual o investimento efectuado pela organização do evento?
NGVP:
Este ano vamos investir cerca de 500 mil euros na organização dos dois eventos: Essência do Vinho e Essência do Gourmet. Neste montante está incluído o investimento publicitário e comunicação.

H: Sendo Portugal o 10.º maior produtor de vinho do mundo, o País não possui uma grande feira de vinhos. A Essência do Vinho pretende preencher essa lacuna?
NGVP:
A Essência do Vinho surgiu precisamente porque sentimos que existia essa lacuna. Consideramos que, na altura, não existia um evento de promoção do vinho para o consumidor final. Existe um público emergente, que procura saber mais sobre vinhos e gastronomia. Só para dar um exemplo, nas nossas acções e projectos desenvolvidos ao longo do ano de 2007, entrámos em contacto com quase 180.000 pessoas.

A Essência do Vinho no Porto foi sempre por nós encarada como um evento que deveria ser conhecido fora de portas. Desde o ínicio que trazemos lideres de opinião e compradores estrangeiros. Mais uma vez, o posicionamento, a imagem, as actividades organizadas, são claramente diferenciadoras. O nosso objectivo é mostrar um Portugal novo e dinâmico, com capacidade de organização de eventos ao nível dos melhores que se organizam pela Europa.

H: Encontrando-se os produtores nacionais mais virados para o mercado da exportação, que importância têm os eventos ligados ao vinho em Portugal?
NGVP:
Os eventos aumentam a abertura do sector e a sua sensibilidade para o que é feito nos mercados externos. Os produtores nacionais têm necessidade de potenciar a sua presença no exterior, no entanto, não podem descurar o contacto com o consumidor, acompanhar o que é produzido a nível nacional e reforçar o seu posicionamento. No fundo, perceber o que os consumidores portugueses andam à procura.

H: Como caracteriza o consumidor de vinho português? Trata-se de um consumidor cada vez mais evoluído, com mais conhecimento sobre vinho?
NGVP:
O consumidor português está cada vez mais atento, curioso e interessado. Procura saber mais sobre o universo do vinho. Reflexo disso é o número crescente de visitantes que passam pelas nossas acções todos os anos. Mas é necessário fazer mais, é necessário um maior investimento na promoção/educação do consumidor. É necessário chegar a um público mais jovem. Vejamos o exemplo das cervejas.

H: Essa evolução reflecte-se no facto de, em Portugal, se estar a consumir menos, mas melhor vinho?
NGVP:
Penso que sim. Nos últimos anos temos assistido a uma evolução muito grande, quer dos consumidores que estão cada vez mais exigentes quer dos produtores que possuem vinhos cada vez mais surpreendentes. Os eventos de divulgação do vinho e a realização de degustações são um apoio muito importante para atrair mais consumidores. Conseguem cativar não só quem já consome e compra habitualmente vinho, como apresentam a possibilidade de descobrir as novidades que vão sendo lançadas no mercado. Estas acções são muito importantes para a educação do consumidor. Mas os produtores devem saber quais as acções em que deverão estar presentes, devem ter uma estratégia, um plano anual. Saber quais as acções mais indicadas para promover/vender os seus vinhos, perceber quais os eventos que conseguem atrair os consumidores alvo. Caso contrário estarão a desperdiçar tempo e dinheiro.

H: Em que medida poderá o mercado português de vinho evoluir no futuro, sabendo-se da cada vez maior concorrência dos produtores provenientes do Novo Mundo?
NGVP:
Portugal ainda não definiu uma estratégia própria no contexto internacional. Mas para além da qualidade que os especialistas aplaudem e premeiam, na luta por seduzir os consumidores com uma imagem diferenciada, há mais sombra do que luz. Se os rótulos dos vinhos australianos sobressaem pelas suas paisagens exóticas, os sul-africanos pelas imagens da sua fauna, os norte-americanos pelo esplendor das suas tipografias e pelo tratamento das cores, nós, os portugueses, não conseguimos destacar-nos com nenhuma característica em particular. Há, sim, excelentes desenvolvimentos de imagens correspondentes a iniciativas individuais de produtores com maior criatividade, mas nada que se pareça, contudo, a uma espécie de identidade nacional.

Os nossos produtores devem saber claramente que sem imagem, sem cuidado com o desenho dos rótulos, e sem cautelas na escolha das garrafas e do nome adequado da marca do vinho não conseguirão aceder ao mercado global. Será aqui e agora que deverão colocar todos os seus esforços. E, claro está, sem esquecer nunca a qualidade dos seus vinhos… que para conquistar e fidelizar os consumidores, depois de aberta a garrafa passa a ser fundamental o que ela contém.

H: Do programa da 5.º edição da Essência do Vinhos constam várias actividades paralelas. É importante associar o vinho, por exemplo à gastronomia, arte e conceito gourmet?
NGVP:
Em 2007, lançamos o evento Essência do Gourmet, no Mercado Ferreira Borges, em simultâneo com a Essência do Vinho, no Palácio da Bolsa. Consideramos que o vinho é potenciado pela gastronomia e aqui também existe ainda muito por fazer em Portugal. Não só na sensibilização/formação dos profissionais da restauração e hotelaria, mas também na divulgação dos nossos produtos alimentares de qualidade e na educação para uma alimentação mais saudável.

A junção dos dois eventos apresentou-se um sucesso no ano passado. O público tem uma grande curiosidade pelo trabalho dos chefs de cozinha e já acompanha o trabalho dos nossos principais chefs. A área gourmet tem conquistado a preferência dos consumidores. Basta pensarmos no número de lojas Gourmet que abriram nos últimos anos.

H: Quantos produtores vão estar presentes no evento?
NGVP:
Mais de 300 produtores nacionais e estrangeiros vão apresentar não só os seus melhores vinhos como as sua mais recentes novidades. Alguns aproveitam mesmo para lançar novas marcas e colheitas no mercado. Convidamos o visitante a aumentar o seu conhecimento sobre os vinhos nacionais e a descobrirem alguns dos melhores vinhos internacionais. França, Austrália, Espanha, Nova Zelândia, África do Sul, USA, Austrália, Hungria, Chile, Argentina são o exemplo de alguns países que vão marcar presença no Essência do Vinho 2008.

H: Quais as expectativas para a 5.ª edição da Essência do Vinho?
NGVP:
Oferecer um programa cada vez mais interessante e apelativo para desmistificar o mundo do vinho e da gastronomia. Estão previstas mais de 100 actividades paralelas, desde provas comentadas, a demonstrações ao vivo com chefs de renome, a cursos de culinária, a jantares vínicos em restaurantes do grande Porto, etc.. Conseguir aumentar a notoriedade dos dois eventos e reforçar o posicionamento de ambos, isto é conseguir afirmar a Essência do Vinho e Essência do Gourmet como a principal experiência do vinho e do gourmet em Portugal, para que possa atrair cada vez mais visitantes estrangeiros, é o nosso grande objectivo.

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