Conselho dos Notáveis

A aquisição do Plus em Portugal por parte da Jerónimo Martins e a baixa nas perdas no retalho nacional, foram as primeiras questões colocadas ao Conselho dos Notáveis. Além disso, as opiniões sobre o reforço das Marcas Próprias em Espanha, da posição do presidente da ASAE relativamente à restauração, dados da ACEP sobre o comércio electrónico e, finalmente, o orçamento da ViniPortugal para a promoção dos vinhos portugueses.

1. Com a aquisição da operação do Plus em Portugal pela Jerónimo Martins …

• o sector do retalho alimentar nacional ficará demasiadamente concentrado. 17.6%
• a Produção terá cada vez menos poder de negociação junto do Retalho. 33.3%
• a realidade nacional segue uma tendência generalizada do mercado retalhista mundial. 47.1%
• esta situação só vem beneficiar o consumidor, já que os preços deverão baixar. 2.0%

2. Segundo o último Barómetro de Roubo no Retalho, patrocinado pelaCheckpoint, Portugal conseguiu baixar as perdas no retalho em 2,2%.

• Esta situação deve-se à aposta cada vez maior por parte dos retalhistas em sistemas de segurança. 84.4%
• Os próprios empregados e clientes estão mais conscientes e cívicos e isso reflecte-se nas perdas do retalho. 3.9%
• Com a situação económica a agravar-se para os consumidores portugueses, esta realidade poderá inverter-se. 3.9%
• Esta tendência de descida deverá manter-se. 7.8%

3. Em Espanha, os retalhistas vão reforçar a aposta nas Marcas Próprias.

• Este é um exemplo que segue as tendências dos grandes mercados e que irá ser alargada ao todos os países. 28.6%
• O sucesso estará sempre no equilíbrio encontrado entre a oferta de Marca Própria e Marca do Fabricante. 59.1%
• A qualidade das Marcas Próprias dos retalhistas tem aumentado de tal forma que o consumidor já não sente diferença entre Marcas Próprias e Marcas de Fabricante. 4.1%
• Com a subida dos preços das matérias-primas, esta é a solução encontrada pelo retalho para não perder clientes. 8.2%

4. Em entrevista ao jornal Sol, António Nunes, presidente da ASAE, revelou que metade dos restaurantes em Portugal não correspondem às exigências mínimas estabelecidas pela UE.

• Esta situação deve-se a uma prolongada inoperância das autoridades competentes. 41.2%
• Uma melhor fiscalização fará com que os “bons” sobrevivam e os “maus” tenham de fechar. 33.3%
• Esta afirmação do presidente da ASAE é excessiva. 11.8%
• A realidade da restauração em Portugal é similar aos restantes estados-membros. 13.7%

5. De acordo com os últimos dados da Associação do Comércio Electrónico em Portugal (ACEP), 90% dos sites apresentaram um aumento nas vendas de artigos no 3.º trimestre de 2007.

• Cada vez mais, a Internet está a ganhar terreno às lojas físicas. 4.1%
• Os sites mais beneficiados por este aumento são os de tecnologia, electrónica, livros ou CD, não transparecendo esta realidade para as vendas de bens alimentares. 8.2%
• As vendas online irão continuar a crescer, com a adopção de novas funcionalidades e um vasto leque de oferta de produtos. 73.4%
• A Internet terá sempre um peso relativo, já que o consumidor preferirá sempre ver o produto a adquirir in loco. 14.3%

 

6. A ViniPortugal apresentou, para 2008, um orçamento de 3,8 milhões de euros para a promoção dos vinhos portugueses para os mercados nacional e internacional.

• Esta verba é insuficiente para promover eficazmente os vinhos portugueses, tanto a nível nacional, sobretudo nos mercados de exportação. 23.9%
• Antes de promover os vinhos, as entidades oficiais deveriam criar uma imagem de marca do País, de modo a ajudar a promoção dos seus vinhos. 34.8%
• Qualquer valor é sempre insuficiente, se os próprios produtores não investirem na promoção dos seus produtos. 34.8%
• Portugal não possui dimensão para combater com os grandes produtores concorrentes (Austrália, França, Itália, Espanha, Nova Zelândia, Chile ou Califórnia/EUA). 6.5%

Fonte: Dados recolhidos e trabalhados pelo Jornal Hipersuper; Universo de 69 pessoas, 46 respostas