Compal com aposta Essencial(mente) internacional

Os objectivos da Compal a média prazo, isto é, para o ano 2010, passam por «vender lá fora mais que do 50%, nem que seja um euro a mais que cá dentro», salientou José Jordão, administrador executivo para a área de negócios, no final de um encontro com jornalista na fábrica de Almeirim.

Em jeito de balanço, a administração da Compal enfatizou o papel que Essencial possui nesta estratégia de internacionalização do grupo, admitindo José Jordão que «sem internacionalização não é possível sustentar processos de inovação contínuos».

De resto a internacionalização da Compal está quase exclusivamente “dependente” do Essencial. Depois da joint-venture conseguida com a espanhola Osborne, responsável por colocar o Essencial no mercado de “nuestro hermanos”, as baterias estão apontadas para mercados como a Suiça, Suécia, Rússia e Reino Unido, salientando José Jordão que «para manter o crescimento, a Compal foi obrigada a pensar mais para fora do que para dentro».

Depois do lançamento em 2006, Essencial coloca-se, de facto, como o porta bandeira da Compal, reconhecendo a empresa que cada português consome em média 36% da quantidade mínima de fruta recomendada. De resto a empresa que fábrica em Almeirim, reconheceu nos seus estudos de mercado realizados para o lançamento do Essencial que, a fruta deveria ser oferecida sem necessidade de o consumidor a descascar ou estragar-se ao fim de uma semana. Durante a apresentação feita por José Jordão, o administrador enfatizou um recente estudo feito no Reino Unido, no qual se conclui que 1/3 da fruta comprada em terras de sua Majestade vai para o lixo.

Após dois anos de desenvolvimento, dois no mercado, 20 milhões de investimento e mais de 50 milhões de unidades vendidas, a Compal não tem dúvidas de que, para ter sucesso na internacionalização, Essencial terá de ser o ponta-de-lança nesta estratégia.

Com a já referida joint-venture em Espanha, onde o Essencial é comercializado não como Compal, mas como Solan de Cabras Essencial, as insígnia Casino (Suiça) e Ica (Suécia), são os próximos mercados estratégicos, revelando Jordão que as vendas média/dia no mercado nórdico são já superiores às de Portugal e Espanha.

Reino Unido, «onde ainda não estamos, mas que é incontornável para a Compal», é a próxima etapa, encontrando-se a empresa detida pela Caixa Geral de Depósitos e Sumolis já em processo de negociação com um parceiro local.

A plataforma do Essencial assenta assim num modelo de negócios baseado num conceito de marketing claro, numa proposta única de venda, num know-how ao nível da produção e procuremente, bem como numa experiência de lançamento que dão garantias à Compal que esta poderá ser uma estratégia de sucesso a curto prazo.

Mas se a estratégia internacional é fundamental, existe uma parceria nacional que, se extrapolada para fora da nossa fronteira, poderá significar um “boom” nas vendas. Na realidade, a parceria com a McDonald´s, se exportada, garante à Compal uma subida em flecha nas vendas, encontrando-se a Osborne já em negociações com a McDonald´s Espanha para colocar nos mais de 400 restaurantes da cadeia norte-americana, a “fruta” da Compal.

«No fundo, queremos maximizar o valor para o accionista, seja ele quem for», admitindo ainda José Jordão que, «nas mãos de alguns concorrentes – recentemente apontados como possíveis compradores – a história de Essencial poderia ser bem diferente».

No computo geral, a Compal vendeu 137 milhões de litros de bebidas (+2% que em 2006), concluindo-se que para tal, inovação foi, de facto, a palavra-chave. E o exemplo foi dado pelo própria José Jordão. «Normalmente o crescimento era visto de seguinte forma: se vendo 1 milhão de euros com 1 milhão de litros, para 10 milhões de euros terei de vender 10 milhões de litros. Pois a Compal mudou este paradigma ao vender 10 milhões de euros com o mesmo milhão de litros», concluindo que «a inovação derrota toda a tradição. Sem inovação não há crescimento».