Grupo Nabeiro inaugura Adega Mayor

O Grupo Nabeiro-Delta Cafés, presidido por Rui Nabeiro, investiu 8 milhões de euros no sector vinícola, com a construção da inovadora Adega Mayor, desenhada pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira. A nova adega, situada na Herdade das Argamassas, no concelho de Campo Maior, começou a funcionar na vindima de 2006, na qual se produziram 1.385 hl de vinho regional alentejano, o que corresponde a 185.000 garrafas.

O objectivo do grupo é, a médio prazo, aumentar a área de vinha (dos actuais 55 hectares para 100). Na vindima deste ano espera vinificar 140.000 litros de vinho, o que corresponde a 186.000 garrafas.

O Comendador Rui Nabeiro sublinhou na inauguração da Adega Mayor que se trata de uma obra com uma «concepção arrojada e diferente do habitual», acrescentando ainda que «temos um edifício que vai elevar o património alentejano». De resto na inauguração da adega, Rui Nabeiro não deixou de frisar que «este é o concretizar de um sonho antigo, não só para mim, como para o Alentejo, bem como para Portugal», confidenciando aos presentes que «por vezes vale a pena correr riscos».

Claro ficou também que este projecto não pretende «concorrer com ninguém, mas simplesmente restaurar uma tradição perdida na região de Campo Maior». Além disso, «pressa é coisa que não temos. O caminho está definido e vamos segui-lo. Conhecemos as nossas potencialidades e as dificuldades deste mercado, mas temos esperança que o projecto revitalize a região».

A Seatur, empresa do Grupo Nabeiro que produz o vinho, segue a filosofia de actuação que rege o grupo empresarial e apresenta um «vinho que tem primado pela qualidade e não pela quantidade».

Rui Nabeiro adiantou que a empresa ainda está a dar os primeiros passos no sector, mas aponta como meta produzir cerca de 267.000 garrafas daqui a 5 anos. «A distribuição é a arma forte de que dispomos para colocar o nosso vinho no mercado», afirmou.

A actual área vinícola do Grupo Nabeiro está concentrada na região de Campo Maior, com 55 hectares de vinha plantada, dos quais 45 se encontram na Herdade das Argamassas e os restantes 10 na da Godinha.

Entre as castas plantadas, destacam-se Trincadeira, Aragonez, Touriga Nacional, Syrah, Castelão e Alicante Bouschet para tintos e Arinto, Roupeiro, Verdelho e Antão Vaz para brancos.

O Grupo Nabeiro-Delta Cafés produz actualmente os vinhos Monte Maior, Adega Mayor – Touriga Nacional, Reserva do Comendador e Garrafeira do Comendador, sob os auspícios do enólogo alentejano Paulo Laureano.

A estratégia de exportação dos vinhos vai seguir os passos do café (produto líder da empresa) e aproveitar a logística da empresa. Tal traduz-se em recomendar os vinhos em todos os sítios onde o Grupo tem clientes. É assim que já vende vinho na Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Espanha e nos países da Europa Central, onde tem representantes.

Com a adega de Siza, os objectivos para 2007 são mais ambiciosos. Brasil e África, sobretudo Angola, vão ser alvo de campanhas arrojadas, pretendendo a empresa alentejana tirar partido da fraca qualidade do vinho que se vende nestes países.

«São as paixões que nos movem. Quando criamos qualquer coisa, motiva-nos sempre algo que envolve um largo conjunto de emoções, desejos, pessoas, locais, objectivos… Foi sempre assim e não é diferente no mundo dos vinhos. Com a grande vantagem de que aqui estamos a criar algo que tem também a ver com um local de eleição, onde estamos a tornar real o nosso projecto. Campo Maior, que sempre nos acompanhou, marcará agora pelas suas condições de clima e de solo a pelas castas alentejanas, o carácter e o perfil dos nossos vinhos», conclui Rui Nabeiro.

Presente na inauguração da Adega Mayor esteve também o ministro da Agricultura, Jaime Silva, admitindo que «este projecto faz acreditar que vale a pena investir na agricultura e, mais concretamente, no vinho. É possível correr riscos e é preciso fazer algo pelo Alentejo», concluindo que «são projectos destes que fazem falta ao Alentejo».