Ahold quer vender activos na Jerónimo Martins

A Ahold, um dos maiores retalhistas mundiais, está em negociações com o Grupo Jerónimo Martins para vender a participação de 49% que detém sobre os supermercados Pingo Doce e hipermercados Feira Nova.Depois do escândalo contabilístico da sua participada, Food Service, nos Estados Unidos, a Ahold iniciou um plano de recuperação que passa pela venda de participações, noticia o Público.

À partida, os 49% adquiridos à Jerónimo Martins Retalho em 1992, não estariam incluídos no pacote de alienações, uma vez que o grupo holandês sempre afirmou que manteria as posições onde fosse o primeiro ou segundo maior interveniente do mercado. Contudo, em Novembro de 2006 o grupo anunciou a venda da sua percentagem avaliada entre 400 e 450 milhões e euros.

Segundo o Público, no relatório de contas de 2006, os responsáveis da empresa afirmam que, apesar dos bons resultados da empresa portuguesa, foi decidido que a concentração seria efectuada nos negócios onde detêm a maioria do capital e hipóteses de efectuar «maiores sinergias».

Luís Palha da Silva, presidente executivo da Jerónimo Martins, indicou que não existe pressão para o fecho do negócio, esperando-se, no entanto, que o acordo seja fechado a qualquer momento. Com a compra dos 49% por parte da Jerónimo Martins, evita-se a entrada de um accionista indesejável mas exige-se um esforço financeiro suplementar ao que já estava planeado, refere o responsável. O gestor da Jerónimo Martins poderá recorrer a um aumento do endividamento do grupo para ficar com os 100% do capital das insígnias de retalho alimentar em Portugal.

A Ahold registou um lucro, em 2006, de 915 milhões de euros e anunciou a pretensão de recompra de acções avaliada em cerca de 3 mil milhões de euros. Segundo o Público, a dívida líquida, apesar de ter descido em 884 milhões de euros, face a 2005, ainda se encontra nos 4,6 mil milhões de euros.