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Consumidores americanos preferem rolhas de cortiça

Por a 19 de Fevereiro de 2007 as 16:25

Coruche cria Observatório da Cortiça

«A rolha de cortiça é o vedante de eleição dos consumidores americanos para todas as ocasiões». Esta foi uma das conclusões de um estudo realizado aos consumidores de vários países (França, Reino Unido, Austrália e EUA) e apresentado no Simpósio de Sacramento (EUA) – 2007 Unified Wine & Grape Symposium.

Os resultados foram apresentados por Jane Robichaud, a vice-presidente da Global Business for the Tragon Corporation of Redwood City, na Califórnia, que referiu: «Estamos interessados em analisar a importância das variáveis que levam os consumidores a tomar uma decisão de compra, incluindo preço, região, tipo de vedante e castas».

O estudo revela, ainda, que no mercado dos EUA e da França, a rolha de cortiça é o vedante de eleição, enquanto que nos outros mercados (Reino Unido e Austrália) a aceitação para os outros vedantes é maior. Para os consumidores que compram vinho na ordem dos oito dólares (seis euros), o preço surge como o primeiro factor de escolha, seguido do vedante, que deverá ser uma rolha de cortiça. Mas para os consumidores que compram, frequentemente, vinho acima dos 15 dólares (11,5 euros), a rolha de cortiça passa a ser o factor mais importante na sua decisão de compra.

A investigação da Tragon Corporation no Reino Unido indica, ainda, que as cadeias de distribuição como a Tesco podem ser as principais responsáveis pela aceitação das cápsulas de alumínio pelos consumidores. O estudo aponta que o consumidor não percebe necessariamente a tendência de mudança das rolhas de cortiça para as cápsulas de alumínio. Para eles, esta tendência não está relacionada com um problema das rolhas de cortiça, mas é percepcionada como uma questão de preço.

Uma análise recente do Cork Quality Council, um grupo de empresas de cortiça nos EUA, revelou que os problemas de TCA (o composto químico que origina maus sabores no vinho) diminuíram na ordem dos 80%, nos últimos quatro anos.

O director desta organização, Peter Weber, disse que: «Analisamos 24 mil amostras de rolhas de cortiça e detectamos níveis de um nanograma por litro de vinho – um valor abaixo do que é considerado como causa de maus aromas no vinho. Aproximadamente 94% das amostras estavam abaixo dos dois nanogramas por litro e cerca de 80% tinham níveis inferiores a um nanograma por litro».

Segundo a Australia Winestate Magazine, o TCA pode ser detectado em vinho branco ou champanhe em quantidades que rondem os dois nanogramas por litro e no caso dos vinhos tintos este valor sobre para os cinco nanogramas por litro.

A auditoria de 2006 faz parte de um processo continuado, da qual fazem parte, também, testes de performance e de humidade. Esta análise foi levada a cabo pelos ETS Laboratories, com o apoio do CQC. Weber referiu, ainda, que: «os produtores de rolhas de cortiça podem reduzir os seus níveis de TCA, utilizando melhores técnicas de limpeza e de tratamento das rolhas». De referir que segundo o Código Internacional das Práticas Rolheiras (CIPR) o uso do cloro em qualquer fase do processo de produção de rolhas é expressamente proibido, sendo que para a lavação das rolhas o produto aconselhado é o peróxido de hidrogénio.