Distribuição

Mercado de retalho mantém ritmo de crescimento

Por a 19 de Dezembro de 2006 as 16:37

Retalho positivo em Setembro

Segundo o último estudo European Retail Review, publicado pela consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W), o mercado de retalho na Europa manterá o ritmo de crescimento das rendas a curto ou médio prazo.

O principal protagonista desta subida será o sector de armazéns de retalho em que o modelo a seguir pelos países europeus é o dos retail parks do Reino Unido. Em muitos mercados como a França, Bélgica e Espanha, alguns retalhistas tradicionais de comércio de rua, estão a optar por localizar os seus negócios nestes novos espaços comerciais, o que acelera a subida de rendas.

Sandra Campos, directora do departamento de retalho da Cushman & Wakefield em Portugal, refere que: «Cada vez mais retalhistas, especialmente os que estão em centros comerciais, estão a deslocar-se para retail parks com o objectivo de aproveitar rendas mais baixas, tirar partido da grande flexibilidade de espaço que oferecem, aumentando assim as suas quotas de mercado. Esta tendência é mais forte em França e na Bélgica, esperando-se que se estenda à maioria dos países europeus».

Com o grande desenvolvimento dos centros comerciais na Europa, o crescimento médio das rendas será moderado, com alguns mercados como Espanha, França e Rússia, a apresentar níveis de rendas estáveis. Até Junho as rendas cresceram 3,5%, o que demonstra uma evolução consistente, mas não extraordinária.

«Enquanto que nos países da Europa Central se assiste a um desenvolvimento sustentado, as maiores percentagens de crescimento registam-se na Europa de Leste, sobretudo na Bulgária, Roménia, Croácia, Ucrânia e Rússia. Nos próximos anos prevê-se que os mercados do centro da Europa superem os dos países ocidentais em termos de área de centros comerciais por habitante», afirma Sandra Campos.

A evolução mais forte no valor das rendas praticadas no comércio de rua irá passar-se em países como Portugal (devido à Nova Lei de Arrendamento Urbano), assim como na Grécia, Rússia e Espanha. A maioria dos países terá, apesar de tudo, um aumento moderado das rendas.

Sandra Campos comenta, «Em Portugal, o mercado continua na expectativa de verificar o impacto no comércio de rua da entrada em vigor da Nova Lei de Arrendamento Urbano. A alteração mais significativa da legislação para o sector do retalho diz respeito à figura do trespasse. Caso este se tenha verificado após a entrada em vigor da lei, o proprietário poderá actualizar a renda de imediato, aproximando-a dos actuais valores de mercado. Assim, parece-nos que a figura do trespasse deixará de existir como forma de assegurar baixos valores de renda, transformando-se gradualmente numa forma de pagamento para assegurar uma localização de qualidade, da mesma forma que os direitos de ingresso funcionam nos centros comerciais».