Distribuição

Modelo Continente quer exportar retalho não alimentar em 2008

Por a 13 de Dezembro de 2006 as 18:09

Worten

A Modelo Continente, insígnia do grupo Sonae, planeia fazer aquisições fora do país a partir de 2008. A revelação foi feita em entrevista à agência Reuters pelo presidente da Modelo Continente, Nuno Jordão, que adiantou que Worten e Sportzone são os formatos com melhores bases para exportação.

Os objectivos da Modelo Continente são três: crescer e consolidar a posição de líder em Portugal, manter-se entre «os melhores retalhistas mundiais» e procurar outras formas de desenvolvimento, nomeadamente apostando noutros mercado dentro de dois a três anos. Neste âmbito, Nuno Jordão destacou que o negócio não alimentar representa já 30% da facturação total da empresa, tendo um grande potencial de crescimento. Worten e Sportzone são, neste momento, os segmentos melhor colocados, mas podem vir a surgir outras oportunidades.

Nos próximos dois anos, a Modelo Continente espera manter o crescimento de 10% alcançado nos últimos anos. A consolidação da posição da empresa no mercado nacional passa por um investimento de 400 milhões de euros, estando previstas receitas de 4 mil milhões de euros em 2008. «Em 2008, a empresa estará muito melhor preparada para ganhar oportunidades pequenas, médias ou grandes com que se depare», sublinhou Nuno Jordão. A seguir a Portugal, o mercado prioritário é o espanhol, mas a empresa não descarta outras possibilidades de expansão.

Nuno Jordão referiu-se, ainda, à situação actual de encerramento dos hipermercados aos domingos, que considerou «escandalosa» por «distorcer a concorrência no sector» e favorecer as empresas de “hard discount”, que «são as que menos contribuem para o valor acrescentado bruto nacional». E afirmou não compreender a posição da Confederação do Comércio de Portugal (CCP), por não defender os interesses dos consumidores nem do pequeno comércio. «Só um cego é que não vê que são os “hard discount” que mais prejudicam o comércio tradicional, porque atacam o seu factor mais competitivo, que é a proximidade com o consumidor», acrescentou.

Quanto à evolução da venda de medicamentos sem receita médica, o responsável da Modelo Continente considerou que o processo está a ser lento e se refere a um número de produtos ainda muito reduzido.