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Protectores ameaçam bronzeadores

Por a 1 de Junho de 2006 as 14:00

Protectores ameaçam bronzeadores

O mercado Sun Care tem razões para sorrir. A inverter as quebras registadas em 2004, quer em volume quer em valor, todos os segmentos apresentam crescimentos de duplo dígito nos dois índices. O destaque vai para os protectores solares que estão a ganhar terreno aos bronzeadores.

Os bronzeadores continuam a ser o maior mercado, quer em volume quer em valor, na área de Sun Care. A crescer a ritmo de duplo digito nos dois índices, 16% em volume e 12% em quantidade, foram comercializadas 1,8 milhões de unidades de bronzeadores, o que representa mais de 14 milhões de euros, segundo o ano móvel Novembro/ Dezembro de 2005 da AC Nielsen.

“Apesar de Portugal ser, a par de Espanha, dos países da Europa onde mais se consomem bronzeadores (produtos com baixo factor de protecção solar), que ocupam lugar de destaque no ranking dos mais vendidos, regista-se a tendência de maior consciencialização do consumidor português face aos perigos da exposição incorrecta ao Sol”, explica Salvador Anahory, director de marketing da gama Nivea Sun.

A confirmar estão os dados da Nielsen: o segmento protecção cresceu 11% em valor para quase 12 milhões de euros. Passaram pelas caixas de saída dos supermercados nacionais 1,5 milhões de unidades destes produtos, o que significa que as vendas em volume cresceram 16 pontos percentuais no período analisado pela consultora. A subida em volume não acompanhou o crescimento em valor devido ao facto de as marcas da Distribuição estarem a ganhar terreno neste segmento.

Apesar de ser um segmento ainda com pouca expressão em volume (127 mil unidades) no mercado português, os autobronzeadores cresceram a um ritmo superior a 20% nos dois índices (25 pontos em valor e 23 em volume). As vendas em valor dos autobronzeadores fixaram-se em 1,2 milhões de euros.

Quanto ao segmento after sun, este subiu 10 pontos quer em volume quer em valor. A Grande Distribuição comercializou 183 mil unidades destes produtos, o que representa vendas em valor superiores a 1,3 milhões de euros.

De acordo com Salvador Anahory, o segmento protecção representa, em valor, 83% do total do mercado, a área after-sun 9%, sendo que o segmento autobronzeador tem os restantes 8 pontos. Ainda segundo o responsável, “no segmento protecção, a forma de aplicação preferida continua a ser a loção, subsegmento que representa 59% em valor. No entanto, a que apresenta maior crescimento é a aplicação em spray, subsegmento criado pela Nivea, que cresceu 24% em valor em 2005 e representa 23 por cento do total da área da protecção neste índice”.

Fórmulas e embalagens inovadoras

“O mercado sun care está cada vez mais segmentado, com nichos a emergirem, o que torna importante a constante avaliação do consumidor, de forma a oferecer-lhe maior valor acrescentado”, sublinha o responsável da gama Nivea Sun. Por essa razão, as marcas procuram oferecer ao consumidor “fórmulas de protecção solar mais avançadas, produtos mais “especializados e sofisticados”, assim como “embalagens mais atraentes”.

Actualmente, regista-se maior confiança por parte do consumidor nas marcas oferecidas pela Distribuição. Como esclarece Salvador Anahory, “o facto de o segmento FP 50+ ser o que mais cresce revela a reforçada confiança do consumidor nas marcas do mercado de grande consumo. Este segmento era tipicamente mais dinâmico no mercado farmacêutico, onde consumidores com pele sensível ou alergias procuravam soluções mais técnicas, com factor de protecção elevado, produtos esses que podem ser actualmente encontrados com segurança no mass-market”.

Por outro lado, a sazonalidade característica deste mercado ainda é muito elevada, ao contrário do que acontece na França, Espanha e Suiça, entre outros países. “As vendas têm início em Março e terminam em Setembro. Não há muita procura destes produtos nas chamadas ‘férias da neve’, como acontece noutros países europeus”, esclarece.

A Nivea é, segundo Salvador Anahory, líder do mercado sun care, com 44% da quota em valor. Os consumidores são maioritariamente do sexo feminino e pertencem às classes média/alta, média e média/baixa. “O perceived value do consumidor é influenciado por vários factores, tais como níveis de protecção, marca, preço, textura e forma de aplicação”, explica o responsável da Nivea.

Loção perde terreno

Na área dos protectores solares, segundo a Nielsen, os portugueses preferem a aplicação loção, embora este subsegmento tenha registado variações negativas nos dois índices (1% em volume e 3% em valor). Foram comercializadas quase 400 mil unidades destes produtos, o que significa vendas em valor próximas dos 3,7 milhões de euros. O maior crescimento neste segmento regista-se na aplicação leite, que cresceu 43% em volume e 21% em valor, para mais de 3 milhões de euros.

Por sua vez, também a crescer a duplo digito, nos dois índices, estão as aplicações: creme, spray e óleo. O subsegmento creme subiu 14 pontos em volume e 22 em valor, para 436 mil euros. A fórmula óleo aumentou as vendas em volume em 23% e em valor em 18 pontos. Por último, o subsegmento spray registou um crescimento de 28% em quantidade e 26 em valor, o que representa mais 2,8 milhões de euros e 270 mil unidades comercializadas no período em análise.

A descer as vendas nos dois índices encontram-se três aplicações, ainda com fraca expressão no mercado português: o gel (-15% em volume e -7% em valor), os óleos líquidos (-24% em quantidade e valor) e as toalhitas, a descer mais de 30 pontos percentuais nos dois índices.

A aplicação stick registou uma subida de 9% em volume mas desceu sete pontos nas vendas em valor. Passaram pelas caixas automáticas do País mais de 235 mil unidades destes produtos, o que representa 370 mil euros.

Spray em alta

No segmento after-sun a fórmula favorita é o leite. A Grande Distribuição vendeu mais de 74 mil unidades destes produtos, o que significa vendas em valor na ordem dos 540 mil euros. Este subsegmento cresceu 6 pontos em volume e 9 pontos em valor. A crescer a ritmo de duplo dígito encontra-se a aplicação spray (38% em volume e 29% em valor), a registar vendas superiores a 300 mil euros. Ao mesmo ritmo, mas desta feita a descer, está a fórmula gel: 23% em quantidade e 25% em valor.

De acordo com os dados da consultora, no segmento dos autobronzeadores, a aplicação eleita pelos portugueses é o spray. Passaram pelas caixas de saída dos supermercados portugueses mais de 36 mil unidades deste produto, o que representa um crescimento de 15% face ao exercício anterior. As vendas em valor cifraram-se em 344 mil euros, registando uma subida de 17%.

Os maiores crescimentos neste segmento registam-se nas aplicações toalhitas e creme. No que diz respeito às toalhitas, embora seja um subsegmento com pouca expressão no mercado nacional, estas registaram um crescimento de 190% em quantidade e 188% em valor. Quanto ao subsegmento creme, este subiu 141 por cento em valor e 113 pontos em quantidade. Foram comercializadas 25 mil unidades deste produto, o que representa vendas em valor superiores a 200 mil euros.

A aplicação loção é a única no segmento dos autobronzeadores que conhece evolução negativa quer em volume (-12%) quer em valor (-11%). A Grande Distribuição vendeu 28 mil unidades destes produtos, o que representa 282 mil euros. Quanto à aplicação leite, esta cresceu 12% no índice valor para 243 mil euros. Em volume, este subsegmento vendeu 29 mil unidades, o que representa um crescimento de 9% face ao exercício anterior.