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Baixo preço define procura

Por a 1 de Junho de 2006 as 14:00

Baixo preço define procura

O sector da higiene íntima em Portugal está em “maré baixa”. A excepção vai para o segmento dos tampões que registou um crescimento de quatro pontos em volume. As marcas da distribuição têm sido opção para as portuguesas e já detêm 20 por cento da quota em volume do mercado dos pensos higiénicos.

O mercado português de higiene íntima feminina sofreu quebras nas vendas em volume e em valor em todos os segmentos com excepção para os tampões que cresceram quatro pontos em quantidade, de acordo com o responsável de marketing da Renova, Luís Saramago. Segundo a mesma fonte, o mercado dos pensos higiénicos desceu 3% em volume e 1,5% em valor, fixando as vendas “à volta dos 34 milhões de euros e o número de unidades transaccionadas em 257 milhões de pensos, até Fevereiro do ano passado e face ao exercício anterior”.

Por sua vez, o segmento de protecção diária “vale menos de metade do mercado dos pensos higiénicos, cerca de 15 milhões de euros” e desceu 3%, mantendo “praticamente inalterado o número de unidades vendidas de 266 milhões de pensos diários”. O segmento dos tampões “vale metade dos sector de protecção diária e também se manteve quase inalterado neste indicador embora tenha crescido 4 pontos em volume e atingido 45 milhões de unidades vendidas”.

Ultrafino dita inovação

O segmento mais dinâmico no mercado feminino de higiene íntima é o da protecção diária, com destaque para os pensos ultrafinos. De acordo com a Arbora & Ausónia, o aumento significativo do consumo dos pensos diários nos últimos anos deve-se ao facto de “cada vez mais mulheres os usarem como complemento da sua higiene corporal. A sensação de limpeza, segurança e frescura são os principais motivos apontados pelas mulheres que utilizam a protecção diária com maior frequência. Actualmente, 50% das mulheres entre os 15 e 65 anos utilizam estes pensos”.

O responsável da Renova acrescenta que “as secções de produtos de higiene feminina começam a estar junto dos produtos para incontinência ligeira, fenómeno observável em retalhistas de alguns mercados europeus. A fronteira que separa estas duas categorias revela-se cada vez mais ténue”.

A tendência a nível de concepção do produto baseia-se na variedade, tipo e formatos dos pensos, e inclusão de aromas que beneficiam a pele e controlam os odores. Como explica Luís Saramago, “os novos designs e múltiplas características dos pensos vão ao encontro das expectativas das mulheres que têm um estilo de vida mais dinâmico e tendencialmente “away from home”. Assim, os pensos ultrafinos apresentam-se em bolsinhas para fácil mobilidade”. Segundo a Ausónia, “o êxito dos pensos diários deve-se aos esforços de investigação e avanços tecnológicos levados a cabo nos últimos anos que garantem às consumidoras a higiene e comodidade que necessitam”.

Tampões sobem vendas

De acordo com o ano móvel Janeiro/Fevereiro da consultora Nielsen, que contabiliza embalagens de 10 unidades vendidas na Grande Distribuição, o segmento de protecção diária tem 50% do volume total do mercado dos pensos higiénicos (26,6 milhões de embalagens vendidas) mas apenas 29% do valor de mercado. Já o subsegmento ultra tem 42% da quota deste mercado (22 milhões de embalagens) e 63% em valor.

Os pensos higiénicos ultra desceram um ponto em valor e três em volume face ao exercício anterior. Passaram pelas caixas automáticas da moderna distribuição 22 milhões de embalagens deste tipo de pensos, o que representa vendas em valor superiores a 30 milhões de euros. Por sua vez, o subsegmento normal desceu cinco pontos em cada um dos indicadores, fixando as vendas em 4 milhões de euros com 3,6 milhões de embalagens vendidas.

Os tampões com aplicador são os preferidos das portuguesas, de resto o subsegmento que registou a maior subida no mercado de higiene íntima, 7 pontos percentuais em quantidade e 5 em valor. As portuguesas levaram para casa 1,7 milhões de embalagens de 10 unidades destes produtos, o que significa vendas de 2,8 milhões de euros.

A subida das vendas em volume dos tampões sem aplicador (2%) não acompanhou o crescimento em valor (3%), à semelhança da performance dos tampões com aplicador, factor que pode ser explicado pela subida das vendas das marcas da Distribuição. Como esclarece Luís Saramago, “no contexto económico actual, a preocupação com o preço tem-se manifestado numa frequente recorrência às marcas da próprias. Para combater esta tendência, a Renova aposta na inovação para contrariar a tendência de depreciação de preço”.

Evax na liderança

A Arbora & Ausónia é líder do mercado dos pensos higiénicos. Segundo a empresa, no segmento de protecção diária detém 46% da quota em valor e 40% em quantidade (ver gráficos de queijo). Nos restantes segmentos do mercado dos pensos higiénicos tem 70% em volume e 79,9% em valor. As marcas mais vendidas, ainda de acordo com dados disponibilizados pela Ausónia para o segmento dos protectores diários, são a Evax com 35% da quota em volume e 40% da quota em valor. O segundo lugar pertence à Carefree com 33% da quota em quantidade e 37% em valor. As marcas da Distribuição já contam com 21% da quota em volume e 14,3% em valor.

No que diz respeito aos restantes segmentos, a liderança pertence também à Evax (57,5% em volume e 63,3% em valor). No segundo lugar do ranking das marcas mais vendidas posicionam-se as marcas da Distribuição com 20 por cento da quota em volume e 11 por cento em valor. A terceira posição é ocupada pela Ausónia, com 12,5% da quota em quantidade e 16,6% da quota em valor, esclarece a Arbora & Ausónia.