Participações organizadas
As feiras, sejam elas nacionais, internacionais, sectoriais ou técnicas, são um elemento cada vez mais indispensável para as empresas se mostrarem num mercado cada vez mais global. Uma preparação e organização prévia potenciam o sucesso de uma participação que, em termos internacionais, deve ser sempre ponderada a médio/longo prazo.
Com a liberalização do comércio internacional e à luz do fenómeno crescente da globalização, as pequenas e médias empresas portuguesas dispõem, na abordagem dos mercados externos, de uma variedade de novas possibilidades de comercialização. Para se ter sucesso é necessário, contudo, possuir uma oferta inovadora, de modo a ter capacidade para fazer frente à concorrência, uma publicidade adequada e um vasto leque de serviços para oferecer aos clientes e utilizadores.
Segundo o relatório “Como participar em feiras nos mercado externos”, elaborado pela Unidade de Gestão Sectorial (UGS) do ICEP, para além do «planeamento exacto e do financiamento desse tipo de actividades, a correcta selecção dos instrumentos de comunicação também desempenha um papel importante. De acordo com as tarefas e objectivos, a participação em feiras especializadas internacionais e em feiras sectoriais nacionais possibilita, para além da comparação de funções, qualidade, concepção e preço, um contacto pessoal com potenciais clientes».
Identificação de necessidades
As análises exactas para determinar um potencial mercado, preços, capacidade da concorrência e os canais mais eficientes, bem como a logística necessária, são os pontos principais em que as feiras oferecem uma ajuda importante. Como montra dos diversos ramos de actividade, as feiras transmitem uma visão geral sobre a oferta existente e, segundo as empresas expositoras, servem ainda para a identificação das necessidades principais e dos nichos de mercado com probabilidades de sucesso.
«Apesar do crescimento da concorrência entre os vários instrumentos de comunicação, as feiras especializadas permanecem inalteráveis em relação à sua posição de liderança mundial», sublinha o relatório da UGS. Assim, o desenvolvimento das feiras levou ao aparecimento de empresas Full-service nos mercados cada vez mais ambiciosos e concorrenciais. As feiras especializadas tornaram-se pontos de encontro centrais dos diversos sectores de actividade, possibilitando o diálogo entre decisores, interessados e utilizadores. Estudos recentes da associação alemã das feiras internacionais atribuem cerca de 40% do montante global do “B2B” (Business to Business) no crescimento da economia alemã directamente à participação das empresas alemãs em feiras.
Além das fortes alterações das condições políticas e económicas globais, as feiras continuam a possuir uma importância significativa na comunicação da economia. Esta tendência, bem como a abertura das fronteiras económicas, resultante da liberalização mundial do comércio, alteraram consideravelmente os conteúdos e o significado das antigas feiras técnicas/sectoriais.
Ajuda ICEP
O ICEP, através dos serviços no País e delegações no mundo, presta apoio às empresas nacionais presentes em feiras internacionais. Do lado das PME´s esta ajuda é considerada importante, dado, muitas vezes, não possuírem os recursos de pessoal para planear individualmente as participações em feiras estrangeiras. O apoio técnico e organizacional prestado por uma entidade oficial com know-how no âmbito da realização de feiras é muito valorizado por 58% das empresas inquiridas neste relatório, sendo que 57% consideram muito positiva a imagem transmitida pelas participações colectivas nacionais.
O sucesso de uma feira internacional não deve, no entanto, ser medido a curto prazo. A participação deve ser sempre concebida a médio e longo prazo, uma vez que este sucesso só será recompensado após a segunda ou terceira presença. Assim, apesar da conjuntura difícil, em vez de se cancelar a participação na feira, as empresas «devem sempre ponderar se não seria melhorar cortar temporariamente nalgumas despesas ou gastos. «Stands mais pequenos, soluções mais económicas na montagem do stand, assim como a apreciação crítica dos custos secundários oferecem, quase sempre, o potencial para economizar e, assim, também possibilitam a presença num feira importante de modo a mostrar continuidade no acompanhamento do mercado».