Bebidas

Dança a quatro no negócio Compal

Por a 25 de Outubro de 2005 as 17:54

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A Unicer é o mais recente pretendente à aquisição da Compal, devendo apresentar uma proposta no decorrer desta semana para a aquisição da conceituada empresa de sumos. Assim, a empresa nortenha junta-se ao grupo de concorrentes finais constituído pela CentralCer, Coca-Cola e pelos executivos da empresa, António Pires de Lima e João Cotrim Figueiredo. De facto, e ao que tudo indica, o presidente da comissão executiva da Compal vai mesmo avançar com uma proposta, apesar de Pires de Lima anteriormente ter inviabilizado essa possibilidade. O gestor será suportado da capital de risco britânica 3i PLC e de algumas instituições financeiras.

Relativamente à cervejeira, o maior interesse da empresa de Leça do Balio recai sobre o negócio das águas (Frize) e do café (Nicola). Segundo notícias veiculadas na imprensa diária, a compra da Compal é vista como «interessante», indicando a Unicer «continuar a observar o negócio». A empresa tem até ao final da semana para apresentar uma proposta, sendo que o valor indicativo das outras propostas de aquisição da Compal rondam os 400 milhões de euros.

De acordo com a mesma fonte, a Unicer estará indecisa entre avançar para a compra conjunta das duas áreas de negócio, ou cingir-se apenas à dos cafés. Recorde-se que à margem desta operação, Ferreira de Oliveira, presidente da Unicer, nunca escondeu o desejo de crescer no mercado dos cafés, onde já possui as marcas Bogani e a Caféeira. Um possível obstáculo que se deparará a Unicer e CentralCer serão os problemas de concorrência, na medida em que ambas as companhias têm uma forte representação no segmento bebidas. Situação que não se verificará no caso da aquisição da Nutricafés, já que a Unicer não tem uma posição preponderante neste negócio.

A multinacional norte-americana Coca-Cola, em paralelo com a solução “interna”, é de todas as companhias interessadas a que terá menos problemas de concorrência, pois apenas está presente no segmento de refrigerantes e bebidas energéticas. Recorde-se que a entrada no mercado das águas é um desejo de longa data da Coca-Cola, que encara este negócio como uma excelente oportunidade de alargar a sua oferta (à semelhança do concorrente Pepsi), apresentando músculo financeiro suficiente para resgatar uma das marcas mais fortes de Portugal.